Universidade de Évora acolhe comitiva internacional dedicada à educação inclusiva

A receção, organizada pela Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora, estruturou-se em dois momentos principais, tendo contemplado uma visita ao Colégio do Espírito Santo e uma sessão de apresentação dedicada ao trabalho que a Universidade tem vindo a desenvolver no domínio da educação inclusiva e à forma como este tema é abordado na formação inicial e contínua de professores.

O projeto LPIE centra-se na recolha de dados qualitativos sobre a participação socioemocional dos estudantes em contextos inclusivos, procurando compreender como a literatura científica define e conceptualiza o conceito de participação. Este enquadramento serve de base à criação de modelos e metodologias que reforçam o envolvimento dos alunos e contribuem para políticas educativas mais eficazes na Europa.

Dora Teixeira, Pró-Reitora para a Integração e Promoção do Sucesso dos Estudantes da Universidade de Évora, sublinhou que a inclusão é hoje “um eixo estruturante da missão da instituição”, lembrando que os desafios identificados pelo LPIE — como migrações, conflitos, mudanças tecnológicas ou alterações climáticas — se refletem também na realidade universitária. “Em Évora, o impacto da migração é particularmente visível: contamos com mais de 1500 estudantes internacionais, sobretudo oriundos dos PALOP, da América Latina e de países fora da União Europeia”, destacou. Dora Teixeira apresentou ainda iniciativas que promovem a integração destes estudantes, como o Programa de Receção aos Novos Estudantes, os programas de mentoria, ações de convívio e partilha como o Jantar Multicultural, o programa gratuito de aprendizagem de Português Língua Não Materna e o trabalho articulado entre os Serviços de Ação Social, a Divisão de Integração e Acompanhamento de Estudantes (DIAE) e a Divisão de Internacionalização e Mobilidade da Universidade de Évora em prol da integração e sucesso académico dos estudantes.

No âmbito das políticas de promoção do bem-estar e do sucesso académico, a Pró-Reitora da Universidade de Évora destacou ainda os projetos Vagar(Mente) e IPI Sucesso+, iniciativas estruturantes financiadas pelo PRR. Por um lado, o Vagar(Mente) que visa promover o bem-estar psicológico e emocional de toda a comunidade académica, respondendo ao aumento da prevalência de perturbações de saúde mental no ensino superior e reforçando uma cultura institucional de cuidado, prevenção e apoio especializado. Complementarmente, o IPI Sucesso+ centra-se no acompanhamento personalizado dos estudantes, articulando estratégias de integração, monitorização académica e desenvolvimento de competências, com vista à redução do abandono e à promoção de percursos de sucesso. Ambos os programas reforçam o compromisso da Universidade de Évora com uma abordagem inclusiva, integradora e sustentada, garantindo que cada estudante encontra condições favoráveis para aprender, participar e prosperar na vida académica.

Seguiu-se a intervenção de Suzete Rico, Chefe da DIAE, que apresentou de forma detalhada os mecanismos de apoio disponibilizados pela Universidade de Évora a estudantes com necessidades educativas específicas, sublinhando o compromisso institucional com uma educação superior verdadeiramente inclusiva, tendo destacado o papel da DIAE no acompanhamento personalizado e implementação de medidas ajustadas às características e necessidades de cada estudante. Suzete Rico mencionou ainda o Plano Integral de Participação Estudantil da Universidade de Évora (2022|2026) que tem como objetivo promover a participação estudantil na UÉVORA, contribuindo para o estabelecimento das bases de uma rede europeia focada no desenvolvimento de novas práticas para a participação estudantil em contexto de ensino superior.

A sessão integrou ainda a comunicação de Ana Artur, docente do Departamento de Pedagogia e Educação da Universidade de Évora, que abordou o compromisso da universidade na preparação de docentes para práticas inclusivas. “A Universidade de Évora está empenhada em garantir o acesso a uma educação inclusiva, com qualidade e equidade, promovendo aprendizagens ao longo da vida para todos”, afirmou, realçando que esta prioridade se concretiza em três níveis: formação inicial de professores, formação especializada em Educação Especial e formação pedagógica para docentes universitários. Ana Artur destacou ainda o Mestrado em Educação Especial – Domínio Cognitivo e Motor da Universidade de Évora, estruturado de acordo com o Decreto-Lei n.º 95/97 e alinhado com os princípios da educação inclusiva definidos no Decreto-Lei 54/2018, apresentando-se como um ciclo de estudos que visa dotar futuros profissionais de competências para analisar contextos educativos, promover oportunidades de aprendizagem significativas e eliminar barreiras à participação. Sublinhou também a importância do “perfil do docente inclusivo” e da colaboração institucional, adicionando que “não existe educação inclusiva sem participação e cooperação”. Referiu ainda a relevância da microcredencial “Práticas Pedagógicas Promotoras de Inclusão”, dirigida a docentes do ensino superior, e a recente circular interna sobre Política Pedagógica Institucional, que reforça a estratégia da UÉVORA para a promoção do sucesso académico de todos os estudantes.