Universidade de Évora apresentou Estratégia Institucional para o Uso da Inteligência Artificial

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A Universidade de Évora (UÉVORA) apresentou, no dia 12 de novembro, no Auditório Nobre do Colégio do Espírito Santo, a sua estratégia institucional para o uso da Inteligência Artificial (IA). A sessão, que contou com a presença de Hermínia Vasconcelos Vilar, Reitora da UÉVORA e de Ana Paula Canavarro, Vice-Reitora para a Educação e Inovação Pedagógica, marcou o início de um processo estruturado e participado de integração da IA no ensino, avaliação e aprendizagens dos estudantes.

Na sessão de abertura, Hermínia Vasconcelos Vilar, Reitora da Universidade de Évora, destacou a importância desta iniciativa, lembrando que “a inteligência artificial é hoje uma presença constante na nossa vida quotidiana” e que, por isso, as instituições de ensino superior não podem ignorar o seu impacto nos processos formativos. “Importa compreender a sua abrangência e os desafios que coloca a diferentes níveis. A definição de estratégias para o uso da IA é fundamental, tanto quanto a partilha de práticas entre a comunidade académica”, sublinhou a Reitora.

Para a Reitora da Universidade de Évora, “a realização desta iniciativa reflete o compromisso da Universidade de Évora com uma inovação pedagógica responsável e participada, ancorada na reflexão crítica e na partilha de conhecimento entre toda a comunidade académica. Ao promover momentos de debate e de reflexão sobre o uso ético e criativo da inteligência artificial, a UÉVORA afirma-se como uma instituição atenta aos desafios do seu tempo e empenhada em preparar os seus estudantes e docentes para um futuro em que a tecnologia e a aprendizagem caminham lado a lado”.

Ana Paula Canavarro, Vice-Reitora para a Educação e Inovação Pedagógica da Universidade de Évora e responsável pela coordenação da estratégia institucional para o uso da IA, sublinhou que esta tecnologia está a transformar profundamente a relação com o conhecimento. “A IA coloca-nos perante desafios sem precedentes, que exigem uma resposta organizada e partilhada”.

Ana Paula Canavarro defendeu a necessidade de uma estratégia institucional que envolva toda a academia e que permita enfrentar de forma colaborativa as novas exigências formativas. Para a Vice-Reitora, esta reflexão é também uma questão de responsabilidade institucional: “Hoje, muitas profissões já exigem dos jovens a capacidade de utilizar ferramentas de inteligência artificial. A Universidade tem, por isso, o dever de garantir que os seus estudantes adquirem essas competências, que são fundamentais para o seu futuro profissional”.

A Vice-Reitora frisou que a Universidade de Évora adota uma abordagem colaborativa e responsável no uso da inteligência artificial. “A questão não é como evitar que os estudantes usem a IA, mas sim como aproveitar o seu potencial para melhorar o ensino e a aprendizagem”, afirmou, acrescentando que “quanto maior o desafio, maior é a necessidade de envolvimento e de apropriação por parte de toda a comunidade académica”.

Ana Paula Canavarro apresentou as principais medidas que integram a Estratégia Institucional da UÉVORA para o uso da IA no ensino, entre as quais se destacam a constituição de um grupo de trabalho especializado, integrando docentes, investigadores e estudantes; a criação de um referencial comum de orientações para o uso da IA no ensino, aprendizagem e avaliação; a adesão da Universidade de Évora, como instituição piloto, ao Projeto IAedu, coordenado pela FCCN, que visa a democratização do uso da IA no ensino superior e na investigação; a promoção do acesso equitativo a ferramentas de IA; a oferta de formação de docentes e estudantes especificamente focada no uso de IA, a qual já teve início a 5 de novembro; e, por último, a realização de eventos regulares de partilha de práticas que proporcionam condições para a regulação do uso da IA na academia.

Na primeira parte da sessão, subordinada ao tema “Estratégia Institucional para o Uso de IA na UÉ”, foram ainda apresentadas comunicações de Ana Filipe, Coordenadora da GATE dos Serviços de Informática da UÉVORA, que deu a conhecer o projeto IAedu; de Vítor Nogueira, Pró-Reitor para a Transformação Digital e Ciência Aberta, que abordou as ferramentas de IA em uso na Universidade de Évora e os desafios da deteção automática de conteúdos gerados por IA; de Elisabete Cruz, docente do Departamento de Pedagogia e Educação, que destacou o papel do desenvolvimento profissional docente na integração pedagógica da IA, tendo apresentado exemplos de práticas que promovem a transformação educativa, como a microcredencial “IA na Educação no Ensino Superior”, lançada a 5 de novembro no âmbito do consórcio SAPIEN, na qual participam atualmente 54 docentes da Universidade de Évora;  e de Isabel Fialho, Coordenadora do Centro de Inovação Pedagógica (CIP), que apresentou a proposta de referencial de orientações sobre o uso de IA na Educação, elaborado para toda a comunidade académica, que fica em discussão pública, recebendo contributos da academia até dia 12 de dezembro, que reverterão para a produção do documento institucional final. Este documento pretende contribuir para a definição de uma política de utilização da IA no contexto educativo, baseando-se em princípios de coerência pedagógica, transparência, integridade académica, inclusão e monitorização contínua.

A segunda parte da sessão foi dedicada ao painel “Práticas de Ensino com IA na UÉ”, moderado por Isabel Fialho, e reuniu testemunhos de docentes de várias escolas e de um representante estudantil indicado pela AAUÉ. Este painel promoveu a partilha de experiências concretas de uso da IA nas práticas letivas que já vêm sendo feitas, permitindo refletir sobre os desafios éticos, pedagógicos e organizacionais associados à adoção desta tecnologia no ensino superior.

Publicado em 14.11.2025