Projeto HE@RT.FIT: uma estratégia para melhorar a saúde no Alentejo

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No Alentejo, onde o envelhecimento da população e a distância aos centros urbanos continuam a dificultar o acesso a cuidados de saúde especializados, a Universidade de Évora está a abrir novos caminhos para a reabilitação cardíaca. O projeto HE@RT.FIT - Sustainability of traditional and live-streaming exercise-based cardiac rehabilitation in low-risk patients with cardiovascular disease, coordenado por Jorge Bravo, docente do Departamento de Desporto e Saúde e investigador do Comprehensive Health Research Centre (CHRC) da Universidade de Évora, propõe uma resposta inovadora, sustentável e tecnologicamente avançada para pacientes com doença cardíaca de baixo risco.

A ideia nasceu de uma constatação simples, mas preocupante: muitos doentes cardíacos não conseguem dar continuidade ao processo de recuperação depois de saírem do hospital. “São inúmeros os pacientes, especialmente em regiões mais dispersas e envelhecidas como o Alentejo, que não conseguem aceder regularmente a programas estruturados de exercício físico supervisionado”, explica Jorge Bravo, coordenador do projeto. A solução proposta é um modelo de reabilitação inovador, com sessões supervisionadas em tempo real à distância, transmitidas em direto por videochamada e acompanhadas por uma aplicação que monitoriza em tempo real a frequência cardíaca dos participantes, garantindo segurança e personalização dos treinos. Esta tecnologia permite que os doentes mantenham a prática de exercício adequado mesmo fora do contexto hospitalar, num programa de várias semanas que promove a saúde, a autonomia e a literacia em saúde. “Este modelo permitiu que doentes cardíacos de baixo risco participassem num novo ciclo de sessões totalmente remotas, com segurança e controlo individualizado do treino”, destaca ainda Jorge Bravo.

O HE@RT.FIT está a mudar a forma como a reabilitação cardíaca é pensada e implementada no interior do país, apostando na combinação entre ciência, tecnologia e proximidade humana para responder a um dos maiores desafios da saúde pública. Mais do que um projeto de investigação, o HE@RT.FIT contribuiu também para o desenvolvimento do Programa de Reabilitação Cardíaca Comunitária do Alentejo, uma proposta progressiva e inclusiva que une a universidade, o hospital, através da ULSAC e a comunidade local numa rede de cuidados contínuos. “Criámos um ambiente onde pudéssemos também testar novas metodologias, envolver estudantes e validar soluções digitais que pudessem servir como base para um programa mais alargado e estruturado”, reforça Jorge Bravo, investigador do CHRC-UÉvora.

Até ao momento, os resultados falam por si: melhoria na aptidão cardiorrespiratória, aumento da força muscular e impactos positivos na qualidade de vida dos doentes. A aplicação HE@RT.FIT, desenvolvida no âmbito do projeto por José Saias, docente do Departamento de Informática e investigador do CHRC e do VISTA LAB da Universidade de Évora, tornou-se um instrumento essencial para a prescrição individualizada e monitorização das sessões, hoje utilizadas tanto na fase hospitalar como na fase comunitária da reabilitação.

Apesar da eficácia comprovada, o professor Jorge Bravo reconhece que “a componente social dos programas presenciais continua a ser valorizada pelos participantes”, e que essa é uma das limitações dos modelos remotos. “A interação humana é um fator importante, e isso mostra-nos que devemos continuar a explorar soluções híbridas, que combinem tecnologia com proximidade”, acrescenta Jorge Bravo.

Além do impacto direto na saúde dos doentes, o projeto oferece uma oportunidade formativa única a estudantes da Universidade de Évora. “A estrutura metodológica foi pensada de raiz para integrar ativamente estudantes de diferentes mestrados e doutoramentos, promovendo uma abordagem verdadeiramente interdisciplinar”, sublinha o investigador. Estudantes de Exercício e Saúde, Psicomotricidade e Tecnologia no Desporto e na Saúde colaboram no terreno, em contacto direto com os doentes, desenvolvendo também aplicações e ferramentas digitais. “Esta colaboração reforça o caráter interdisciplinar do programa e oferece uma experiência prática única, aplicada em cenários reais”, sublinha.

A localização do projeto no Alentejo não é indiferente: é, na verdade, um dos seus fatores mais relevantes. “Esta região é marcada por um perfil demográfico envelhecido, uma elevada prevalência de doenças crónicas e fortes assimetrias no acesso a cuidados de saúde”, explica Jorge Bravo. “Queremos levar os cuidados até junto dos doentes, criando pontes entre o hospital, a universidade e a comunidade”, reitera o coordenador do projeto.

Para o investigador, este projeto representa um passo importante rumo a um sistema de saúde mais justo, eficiente e centrado nas pessoas, defendendo que “este modelo pode contribuir decisivamente para a saúde pública ao promover hábitos de vida saudáveis, reduzir reinternamentos e fomentar a literacia em saúde e a autogestão da condição clínica.”

Atualmente, o projeto está em curso com 9 doentes em fase comunitária do programa, acompanhados por uma equipa multidisciplinar e por estudantes da Universidade de Évora, que integra ciência, tecnologia e empatia no processo de reabilitação. Apoiado neste projeto pioneiro da Universidade de Évora, o coração do Alentejo está agora mais forte.

 

No Alentejo, onde o envelhecimento da população e a distância aos centros urbanos continuam a dificultar o acesso a cuidados de saúde especializados, a Universidade de Évora está a abrir novos caminhos para a reabilitação cardíaca. O projeto HE@RT.FIT - Sustainability of traditional and live-streaming exercise-based cardiac rehabilitation in low-risk patients with cardiovascular disease, coordenado por Jorge Bravo, docente do Departamento de Desporto e Saúde e investigador do Comprehensive Health Research Centre (CHRC) da Universidade de Évora, propõe uma resposta inovadora, sustentável e tecnologicamente avançada para pacientes com doença cardíaca de baixo risco.

A ideia nasceu de uma constatação simples, mas preocupante: muitos doentes cardíacos não conseguem dar continuidade ao processo de recuperação depois de saírem do hospital. “São inúmeros os pacientes, especialmente em regiões mais dispersas e envelhecidas como o Alentejo, que não conseguem aceder regularmente a programas estruturados de exercício físico supervisionado”, explica Jorge Bravo, coordenador do projeto. A solução proposta é um modelo de reabilitação inovador, com sessões supervisionadas em tempo real à distância, transmitidas em direto por videochamada e acompanhadas por uma aplicação que monitoriza em tempo real a frequência cardíaca dos participantes, garantindo segurança e personalização dos treinos. Esta tecnologia permite que os doentes mantenham a prática de exercício adequado mesmo fora do contexto hospitalar, num programa de várias semanas que promove a saúde, a autonomia e a literacia em saúde. “Este modelo permitiu que doentes cardíacos de baixo risco participassem num novo ciclo de sessões totalmente remotas, com segurança e controlo individualizado do treino”, destaca ainda Jorge Bravo.

O HE@RT.FIT está a mudar a forma como a reabilitação cardíaca é pensada e implementada no interior do país, apostando na combinação entre ciência, tecnologia e proximidade humana para responder a um dos maiores desafios da saúde pública. Mais do que um projeto de investigação, o HE@RT.FIT contribuiu também para o desenvolvimento do Programa de Reabilitação Cardíaca Comunitária do Alentejo, uma proposta progressiva e inclusiva que une a universidade, o hospital, através da ULSAC e a comunidade local numa rede de cuidados contínuos. “Criámos um ambiente onde pudéssemos também testar novas metodologias, envolver estudantes e validar soluções digitais que pudessem servir como base para um programa mais alargado e estruturado”, reforça Jorge Bravo, investigador do CHRC-UÉvora.

Até ao momento, os resultados falam por si: melhoria na aptidão cardiorrespiratória, aumento da força muscular e impactos positivos na qualidade de vida dos doentes. A aplicação HE@RT.FIT, desenvolvida no âmbito do projeto por José Saias, docente do Departamento de Informática e investigador do CHRC e do VISTA LAB da Universidade de Évora, tornou-se um instrumento essencial para a prescrição individualizada e monitorização das sessões, hoje utilizadas tanto na fase hospitalar como na fase comunitária da reabilitação.

Apesar da eficácia comprovada, o professor Jorge Bravo reconhece que “a componente social dos programas presenciais continua a ser valorizada pelos participantes”, e que essa é uma das limitações dos modelos remotos. “A interação humana é um fator importante, e isso mostra-nos que devemos continuar a explorar soluções híbridas, que combinem tecnologia com proximidade”, acrescenta Jorge Bravo.

Além do impacto direto na saúde dos doentes, o projeto oferece uma oportunidade formativa única a estudantes da Universidade de Évora. “A estrutura metodológica foi pensada de raiz para integrar ativamente estudantes de diferentes mestrados e doutoramentos, promovendo uma abordagem verdadeiramente interdisciplinar”, sublinha o investigador. Estudantes de Exercício e Saúde, Psicomotricidade e Tecnologia no Desporto e na Saúde colaboram no terreno, em contacto direto com os doentes, desenvolvendo também aplicações e ferramentas digitais. “Esta colaboração reforça o caráter interdisciplinar do programa e oferece uma experiência prática única, aplicada em cenários reais”, sublinha.

A localização do projeto no Alentejo não é indiferente: é, na verdade, um dos seus fatores mais relevantes. “Esta região é marcada por um perfil demográfico envelhecido, uma elevada prevalência de doenças crónicas e fortes assimetrias no acesso a cuidados de saúde”, explica Jorge Bravo. “Queremos levar os cuidados até junto dos doentes, criando pontes entre o hospital, a universidade e a comunidade”, reitera o coordenador do projeto.

Para o investigador, este projeto representa um passo importante rumo a um sistema de saúde mais justo, eficiente e centrado nas pessoas, defendendo que “este modelo pode contribuir decisivamente para a saúde pública ao promover hábitos de vida saudáveis, reduzir reinternamentos e fomentar a literacia em saúde e a autogestão da condição clínica.”

Atualmente, o projeto está em curso com 9 doentes em fase comunitária do programa, acompanhados por uma equipa multidisciplinar e por estudantes da Universidade de Évora, que integra ciência, tecnologia e empatia no processo de reabilitação. Apoiado neste projeto pioneiro da Universidade de Évora, o coração do Alentejo está agora mais forte.

Publicado em 02.07.2025