Exposição Digitálias apresenta temáticas de Violência Doméstica e Igualdade de Género em Évora

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A Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, foi palco da apresentação da exposição Digitálias, da artista e professora da Universidade de Évora, Teresa Furtado, uma referência no desenvolvimento da arte multimédia e na promoção da igualdade de género. Na sessão de abertura marcaram presença o presidente e o vice-presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), órgão governamental responsável pela promoção e defesa da igualdade entre os géneros e o combate contra a violência doméstica.

A exposição integra o trabalho realizado em colaboração com mulheres sobreviventes de violência doméstica, através do coletivo artístico Digitálias, que surge no contexto de um projeto de investigação artística coordenado por Teresa Furtado, também investigadora no CHAIA - Centro de História de Arte em Investigação Artística da Universidade de Évora. Este projeto utiliza a arte como ferramenta de empoderamento, promovendo a inclusão e a reflexão sobre questões de desigualdade de género e violência doméstica, através de uma abordagem de cocriação artística.

A Vice-Reitora para a Cultura e Comunidade da Universidade de Évora, Ana Telles, destacou a relevância do projeto para a universidade e a sociedade, lembrando o papel da cultura na transformação das vidas das pessoas. Ana Telles elogiou o trabalho incansável de Teresa Furtado na área da igualdade de género e violência doméstica, sublinhando a importância do compromisso da Universidade de Évora com estas questões. "Quem passa por estas experiências de violência é, com toda a certeza, uma pessoa invencível", afirmou Ana Telles, referindo a capacidade de superação das mulheres.

Paulo Rodrigues, Diretor do CHAIA, expressou a sua gratidão pela colaboração com a Associação Ser Mulher, enfatizando o impacto significativo desta parceria na criação de soluções inovadoras para lidar com questões de violência doméstica. "Esta é uma área de conhecimento que tem um grande impacto e que também traz a experiência da sociedade para a academia", destacou Paulo Rodrigues.

Tiago Navarro, Diretor da Escola de Artes da Universidade de Évora, reafirmou o compromisso da escola que dirige com as temáticas da exposição, elogiando o trabalho de Teresa Furtado e outros académicos na criação de projetos que abordam questões tão relevantes para a sociedade atual.

A exposição Digitálias integra obras criadas nos laboratórios artísticos do projeto, com foco na temática da violência doméstica. Os trabalhos, realizados por mulheres sobreviventes, são criados utilizando diversas técnicas multimédia e artísticas, como desenho, pintura, fotomontagem e arte digital. As participantes aprenderam a usar aplicativos como os da Adobe e, com a ajuda de Furtado, carregaram seus trabalhos no site do projeto, desenvolvido pela própria artista utilizando linguagens de programação como HTML, CSS e JavaScript.

Este projeto artístico e investigativo procura criar metodologias que possam ser utilizadas tanto em instituições académicas como em outras respostas sociais no apoio às vítimas de violência doméstica e na promoção da igualdade de género. A abordagem do Digitálias é única, integrando artes digitais, visuais e performativas para permitir que as mulheres participantes compartilhem suas experiências traumáticas e, ao mesmo tempo, encontrem possibilidades de superação e resiliência. As temáticas abordadas incluem os vários tipos de violência (física, psicológica, sexual, económica, digital, entre outras) e a revisão crítica dos papéis de género tradicionais.

Publicado em 13.02.2025