Universidade de Évora e Fundação Casa de Bragança parceiras na "Gestão Adaptativa da Área Florestal da Fundação Casa de Bragança"

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Um protocolo de colaboração entre a Universidade de Évora e a Fundação da Casa de Bragança foi assinado no dia 3 de fevereiro, em Vila Viçosa, por Hermínia Vasconcelos Vilar, Reitora da Universidade de Évora, e João José Rio Tinto de Azevedo, Administrador da Fundação Casa de Bragança. Visando a concretização do projeto denominado "Gestão Adaptativa da Área Florestal da Fundação Casa de Bragança", o protocolo abrange várias fases, desde o diagnóstico inicia e simulações da evolução dos povoamentos, até à revisão do Plano de Gestão Florestal e acompanhamento contínuo do processo.

O desenvolvimento do projeto está a cargo de uma equipa coordenada por Nuno Ribeiro, professor do Departamento de Fitotecnia da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, segundo o qual “o uso sustentável de um sistema florestal corresponde a aquele que perpetua o seu potencial produtivo, assegurando a autossuficiência e autorregeneração, aproximando o sistema produtivo do ecossistema natural. A principal característica da sustentabilidade de um sistema é a sua resiliência – a capacidade de manter a sua potencialidade produtiva dentro de certos limites de perturbação (como perda de coberto, erosão e sobreexploração)”.

Nas últimas décadas, recorda “têm-se verificado diversas perturbações que conduziram ao declínio de povoamentos de sobro, azinho e pinhal bravo, o que resultou em quebras de resiliência e pôs em risco a sustentabilidade destes ecossistemas. As perdas de resiliência são evidenciadas pela degradação do coberto arbóreo, manifestando-se por: (1) mortalidade de árvores em povoamentos com estruturas envelhecidas e de baixa densidade; e (2) baixo ou nulo ingresso de plantas jovens devido às baixas taxas de sucesso da regeneração”.

Desta forma, “uma gestão inadequada dos povoamentos leva à perda de coberto, o que acentua os processos erosivos e diminui a fertilidade do solo e a sua capacidade de retenção de água, além de aumentar os extremos de temperatura no solo. Este cenário também reduz a resistência das árvores, aumentando o risco de pragas e doenças, o que eleva as taxas de mortalidade. Uma vez iniciados, os processos de degradação aumentam exponencialmente em intensidade. Assim, uma gestão adaptada às condições específicas de cada povoamento, com o objetivo de assegurar a sua vitalidade e sustentabilidade, é imperativa para reverter o processo de degradação, evitando tanto a sobreexploração quanto o abandono dos mesmos.”

 

Publicado em 05.02.2025