Língua Azul: Universidade de Évora participa em sessão de esclarecimento

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A Universidade de Évora participou ontem, dia 30 de outubro, numa sessão de esclarecimento e debate sobre a doença Língua Azul organizado pela Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Merina (ANCORME).

A sessão contou com a presença de João Moura, Secretário de Estado da Agricultura, e de Susana Pombo, Diretora-Geral de Alimentação e Veterinária, bem como de representantes da CAP e da União dos ADS do Alentejo. A sessão foi promovida pela ANCORME no âmbito do seu Dia Aberto.

A Universidade de Évora tem colaborado com essa associação, tanto no seu programa de melhoramento e conservação genética quanto no apoio clínico ao centro de testagem (CEMTIR Merino) na Quinta das Estacas, em Évora.

No caso específico da doença Língua Azul, o serviço de Anatomia Patológica e o Hospital Veterinário da Universidade de Évora têm desempenhado um papel fundamental na avaliação e tratamento dos casos clínicos e no diagnóstico anatomopatológico da doença. Nesse sentido, Sandra Branco, professora do Departamento de Medicina Veterinária e investigadora do Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), da Universidade de Évora, foi convidada pela associação para realizar uma palestra sobre sinais clínicos e lesões associadas a este novo serotipo, cuja elevada taxa de mortalidade e morbilidade tem causado enormes prejuízos no setor ovino.

Ainda sobre o tema, em declarações à agência Lusa, Ricardo Romão, professor do Departamento de Zootecnia e também médico veterinário, considerou que “as doenças vetoriais [só se transmitem através da picada do inseto] estão a aparecer com muito mais incidência”. “Sabe-se que é por causa das alterações climáticas”, pois “os vírus que normalmente circulavam no norte de África têm subido a latitude e acompanhado o aumento das temperaturas, nomeadamente no final do verão e no outono”, referiu o professor da Universidade de Évora a propósito do novo serotipo 3 da febre catarral ovina, conhecida como doença da língua azul, que foi detetado, pela primeira vez, em meados de setembro, no distrito de Évora, tendo alastrado, desde então, a todo o Alentejo.

Recorde-se que a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) já solicitou a intervenção urgente do Governo, enquanto a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pediu uma campanha de vacinação gratuita para os animais e um apoio extraordinário aos produtores.

Publicado em 31.10.2024