Espécies Invasoras Aquáticas? saiba quais são e como estas afetam a biodiversidade

O Lançamento do livro de divulgação científica "25 espécies aquáticas que estão a invadir Portugal" decorreu hoje, dia 6 de maio, no Auditório da CCDR Alentejo, no qual foi ainda inaugurada a exposição "Cuidado! Invasoras aquáticas!" Ambas as iniciativas (livro e exposição) são resultado do Projeto LIFE INVASAQUA em que a Universidade de Évora esteve envolvida. Segundo Pedro Anastácio, coordenador do projeto na UÉ, professor no Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), as atividades deste projeto alcançaram de forma direta mais de 240 mil pessoas, sendo que a exposição teve já mais de 150 mil visitantes.

 

O livro agora apresentado na sua forma física, é o resultado de uma iniciativa conjunta do MARE e da Wilder para a produção de uma série de artigos sobre espécies invasoras aquáticas, publicados na revista de informação digital wilder.pt. A publicação desta obra ocorre no âmbito do projeto LIFE INVASAQUA (LIFE17 GIE/ES/000515) Aquatic Invasive Alien Species of Freshwater and Estuarine Systems: Awareness and Prevention in the Iberian Peninsula, financiado pelo Programa LIFE da Comissão Europeia.

Paulo Quaresma, Vice-Reitor para a Investigação, Inovação e Internacionalização da Universidade de Évora, começou por considerar este projeto “um ótimo exemplo de transferência de conhecimento e de aproximação da academia à sociedade", bem como para "identificar problemas e como os investigadores os podem mitigar numa área fundamental como é o caso da biodiversidade", justificando ainda a importância que hoje a divulgação de ciência assume na sociedade. Pedro Raposo de Almeida, diretor do MARE a nível nacional, sublinhou na sua intervenção o pioneirismo da Universidade de Évora nesta área de investigação, mostrando-se satisfeito pelos resultados alcançados através dos diferentes grupos do MARE, “onde este livro é disso exemplo”. Para o também professor da UÉ, o nosso país “vive sistematicamente a adiar os problemas”, em matéria de biodiversidade e conservação da natureza pelo que, na sua opinião e para contrariar esse cenário, advoga que “temos que antecipar, progredir e pensar num cenário a 10 ou 15 anos e não correr atrás do prejuízo”.

Igualmente presente na sessão, Helena Adão, diretora do MARE, polo da Universidade de Évora, considerou que o projeto LIFE INVASAQUA foi “marcante a nível nacional”, realizado através da investigação fundamental que, na sua opinião “é pouco reconhecida e financiada”, enaltecendo ainda o papel que Pedro Anastácio desempenhou em todo o processo, seja do projeto, seja do livro que elenca 25 espécies aquáticas que estão a invadir o nosso país. Por sua vez, Filipe Ribeiro, frisou a ligação que os investigadores estabeleceram durante o projeto com os pescadores, bem como o papel que este desempenhou na transmissão de conhecimento, “há que explicar como decorre o processo científico” notou, apelando aqui para a necessidade de se comunicar ciência e de como esta pode ser marcante para a sociedade.

Por parte da Wilder, Inês Sequeira, mostrou-se satisfeita com a ligação que a revista online independente dedicada ao jornalismo de natureza manteve durante os últimos anos com a equipa de investigadores do projeto, revelando a procura por parte do público em geral por estas temáticas.

A finalizar a sessão, Pedro Anastácio, aproveitou para agradecer a toda a equipa do projeto e a “todos os que contribuíram para o sucesso do mesmo” revelando que este se encontra nomeado ao prémio Natura 2000, uma iniciativa que visa promover a excelência na gestão dos sítios Natura 2000 e mostra o valor acrescentado da rede de conservação da natureza para as comunidades e economias locais em toda a União Europeia.

Formato digital do livro aqui

 

Publicado em 06.05.2024