Escola de Enfermagem da UÉ assinala 69º Aniversário
Para celebrar o seu 69º aniversário, a Escola Superior de Enfermagem São João de Deus preparou um programa de atividades subordinado ao tema "Inovação Pedagógica no ensino da Enfermagem" que teve lugar no Auditório Nobre do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora no dia 8 de março de 2024.
Na sessão de abertura, Hermínia de Vasconcelos Vilar, Reitora da UÉ, salientou que “a Escola de Enfermagem é anterior à refundação da própria Universidade de Évora, o que demonstra que há uma longa experiência de formação e de investigação associada a esta Escola. Damos os parabéns pelo presente, enaltecemos o passado, mas temos de pensar no futuro. Continuar a consolidar o percurso que tem vindo a ser feito nas áreas de formação e investigação numa rede reconhecida nacional e internacionalmente. E procurar ser sempre ambicioso, querer fazer melhor”. Na data em que também se assinalou o Dia Internacional das Mulheres, “não deixa de ser relevante relembrar que nesta Escola predomina o elemento feminino, tanto no corpo docente como discente, e, enquanto for uma realidade que as mulheres não tenham os mesmos direitos dos homens, vale a pena celebrar este dia. Devemos ainda recordar nesta data que Universidade de Évora é a única que teve duas mulheres como reitoras sucessivamente. Valorizar este facto implica que não seja algo assim tão comum, ainda há um longo caminho pela frente”, enfatizou a Reitora da UÉ.
Também Carlos Pinto de Sá, Presidente da Câmara Municipal de Évora, ao recuar até 8 de março de 1857, fez referência a este “dia simbólico na luta pelos direitos da mulher, contra a exploração e pela valorização do trabalho, pela igualdade de género no trabalho e na vida, pela construção de sociedades socialmente mais justas”. Realçou ainda a importância do direito de acesso à saúde que “não deve estar dependente do rendimento ou seguro de saúde do indivíduo. É um direito constitucional e que tem de ser assegurado, e a Escola de Enfermagem continuará a dar um grande contributo para a viabilidade do Sistema Nacional de Saúde. Esperamos que cresça bastante aliada à futura Escola de Saúde da Universidade de Évora e junto do novo hospital, o que nos faz olhar para o futuro com otimismo”.
“O que resolve os problemas de saúde das populações são os recursos humanos, sem a Escola de Enfermagem não conseguiríamos avançar, não teria sido possível criar uma Unidade Local de Saúde se esta Escola não existisse”, salientou Vítor Fialho, Presidente do Conselho de Administração do Hospital do Espírito Santo de Évora, reforçando que “a Escola tem 600 estudantes e o Hospital emprega mais de 800 enfermeiros, é um privilégio para a região e para a saúde contar com este contributo”. Também Melque Sédeque, representante dos estudantes da ESESJD quis deixar uma mensagem a todos os presentes, tendo falado de amor, “amor de estudante”, recordando todos os momentos vividos entre os finalistas do curso e valorizando todos aqueles que integraram este percurso.
A palavra-chave no discurso de Manuel Lopes, Diretor da Escola Superior de Enfermagem S. João Deus, foi transformação, com a mensagem subliminar de transformar para o desenvolvimento. “Temos de analisar se a Escola está ou não a ser elemento de transformação, e esta nunca pode parar porque as Instituições de Ensino Superior e o perfil dos nossos estudantes mudaram. Também o perfil epidemiológico e as condições socioeconómicas e familiares das pessoas a quem iremos prestar cuidados mudaram e vão continuar a mudar”, afirmou. “Apesar de termos transformado a investigação e o ensino, ao repensar a nossa licenciatura que atualmente é moderna, ao construir um programa de mestrado em associação que envolve todas as IES do Sul e responde a todas as áreas de especialidade de enfermagem, ao oferecer um doutoramento que é um exemplo paradigmático de sucesso, ao termos colaborado para criar um centro de investigação excelente e ao termos ajudado a construir e sediar em Évora um laboratório colaborativo CoLab, não basta tudo o que já fizemos, queremos uma escola continuamento transformadora”, destacou.
Com moderação de Maria do Céu Marques, Subdiretora da ESJSD, decorreu a Conferência subordinada ao tema ''Clinica/ Simulation: How, where, for whom, when, but essentially why?'', dinamizada por Carla Sá Couto, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que refletiu acerca da importância da simulação sem esquecer os ambientes clínicos reais. “Os ambientes clínicos contêm muita complexidade, o inesperado pode ocorrer a qualquer momento. A adaptabilidade tem de ser enorme para dar resposta aos desafios que a saúde nos apresenta. Os cuidados de saúde devem ser olhados como um todo, onde não devemos culpabilizar o indivíduo, com uma compreensão do erro e do fator humano e uma definição de um conjunto de estratégias que promovam a mitigação do erro. É neste contexto que surge a simulação, enquanto estratégia para o treino, aquisição de competências indiciais e em equipa e para a mitigação do dano que represente uma falha na saúde no doente”, reforçou. No painel dedicado a “Inovação na formação” foram vários os estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento da ESESJD que apresentaram alguns dos projetos e casos de estudo desenvolvidos no âmbito dos seus ciclos de estudo.
Também neste dia de celebração foram atribuídas menções honrosas do Prémio João Cidade e procedeu-se à entrega das insígnias aos estudantes finalistas da ESESJD, num programa que culminou com momentos de convívio e partilha, animado pela atuação da tuna da Escola.