Estudantes da UÉ conquistam primeiro lugar no Prémio Estudos de Caso da FAE

O Fórum de Administradores e Gestores de Empresas (FAE) organiza anualmente, desde 2014, uma iniciativa intitulada “Prémio Estudos de Caso” que se trata de um concurso em que têm participado representantes das diversas universidades portuguesas, incluindo as escolas habitualmente consideradas de referência na área das ciências económicas e empresariais. Em 2023, o Departamento de Gestão da Universidade de Évora participou com uma equipa constituída por Paulo Resende da Silva, docente da UÉ, e por Beatriz Peixe e Marta Dinis, estudantes da instituição, que apresentaram a concurso o caso de estudo "Logoplaste - Inovação Aberta para a Sustentabilidade", que foi reconhecido com o primeiro lugar.

A cerimónia de entrega de prémios realizou-se no dia 16 de janeiro de 2024, na Universidade Católica, em Lisboa, e contou com a presença da equipa que desenvolveu o caso, bem como de Rui Quaresma, Diretor do Departamento de Gestão da UÉ. “O primeiro convite formalizado ao Departamento de Gestão foi em 2020 e desde então temos participado, tendo já concorrido com 6 casos (3 em 2020, 2 em 2021 e este em 2023). Tendo surgido a oportunidade e tendo conhecimento de a empresa com a qual concorremos corresponder às orientações gerais do concurso, procedi ao contacto com a Logoplaste para permitir a sua anuência e apoio na realização do mesmo”, começa por explicar Paulo Resende da Silva, docente do Departamento de Gestão da UÉ.

A Logoplaste não surge por acaso no panorama académico da Universidade de Évora, foi no primeiro ano da licenciatura em Gestão da Beatriz Peixe na UÉ, onde se encontra atualmente a frequentar o programa de mestrado em Inteligência Artificial e Ciência de Dados, que escolheu esta empresa para o seu primeiro trabalho académico. “Mais tarde, no último ano de licenciatura, fui desafiada pelo Professor Paulo Resende a estudar a vertente estratégica de uma empresa e a escolha foi instintiva, motivada pelo perfil inovador no setor das embalagens plásticas e pelo compromisso com a sustentabilidade. Aquela que foi inicialmente uma escolha casual, transformou-se numa paixão académica”, destacou Beatriz Peixe.  Para Marta Dinis, estudante em regime de finalista da licenciatura em Gestão, “conceitos como internacionalização, inovação, sustentabilidade e economia circular ganharam força e vida neste estudo, passando de uma dimensão teórica, para serem abordados numa dimensão real e sistémica”.

Paulo Resende da Silva enaltece a dedicação das estudantes envolvidas neste projeto, destacando que “tanto a Beatriz como a Marta têm demonstrado ao longo do seu percurso académico que estamos na presença de estudantes de elevada qualidade”, realçando ainda a importância da relação de proximidade com a empresa, “foi um caso escrito a 6 mãos, usando ferramenta de trabalho colaborativo, sessões de debate entre nós e uma estreita e permanente troca de mensagens com o Paulo Correia, Diretor de Tecnologia e Responsável pelo iLab da Logoplaste, e o Pedro Santana, Gestor de Projetos de I&D no iLab da Logoplaste. Sem eles, a qualidade do documento final do estudo de caso não teria sido possível”.  Também Beatriz Peixe destaca o papel da empresa neste processo, “foi através de entrevistas e de muitas trocas de emails e revisões de texto que conseguimos chegar ao resultado final. A transformação digital na Logoplaste, que vai além da simples adoção de novas tecnologias, a integração inteligente de soluções digitais como a Internet das Coisas, blockchain e computação quântica no núcleo das operações da empresa, mostrou como a tecnologia pode ser um catalisador para a sustentabilidade. A abordagem da inovação aberta da Logoplaste, colaborando com uma rede diversificada de parceiros, foi uma revelação sobre a importância do trabalho em rede e da colaboração intersectorial para o avanço sustentável. A empresa é um modelo de como a inovação colaborativa pode levar a soluções que satisfazem as necessidades do mercado, minimizando a pegada ecológica”. “A colaboração e o envolvimento direto com a própria equipa da Logoplaste foi fundamental para dar riqueza, solidez, transparência e validade aos conteúdos abordados. Este voto de confiança foi essencial para a conquista de um bom resultado no concurso e notoriedade do nosso trabalho”, enfatiza Marta Dinis, valorizando o sucesso da Logoplaste que em muito se deve “à criação de um modelo de negócio inovador “wall-to-wall” que contempla não só o foco no cliente, com oferta de experiências únicas, totalmente adequadas às necessidades dos clientes, o conceito Win-Win que permite o desenvolvimento de parcerias fortes e de longa data, mas também uma grande e constante aposta na inovação. Por outro lado, adotam uma abordagem do ponto de vista ecológico, que permite a diferenciação dos concorrentes, trazendo à Logoplaste uma vantagem competitiva sólida. A reciclabilidade e a economia circular tornaram-se uma prioridade. A Logoplaste centra-se em demonstrar a todos os stakeholders uma responsabilidade ambiental e social no sentido de reduzir os impactos negativos dos plásticos e a emissão de gases no meio ambiente, permitindo garantir a notoriedade da marca, mesmo sendo considerado um sector de atividade muito poluente. Por último, existe um forte compromisso com a sustentabilidade. Considerado um pilar transversal a todas as atividades desempenhadas pela Logoplaste, a sustentabilidade proporciona eficiência no negócio e redução de custos, criando uma economia saudável e equitativa, permite a criação de novas formas de inovar inspiradas na proteção do meio ambiente e garante a toda a comunidade um futuro viável para todos nós”, afirma.

Para Paulo Resende da Silva, “ser reconhecido é demonstrar que a confiança depositada em Nós não é em vão”, referindo que “concorrer com as escolas de negócio, umas já nos rankings internacionais das melhores escolas de negócio do mundo, com escolas com forte oferta formativa para executivos, com potencialidade diferenciadora de ajuda à elaboração de casos, é algo sempre estimulante”. O caso de estudo orientado por Paulo Resende da Silva alcançou o primeiro lugar no concurso, o que “para a Universidade de Évora e para o Departamento de Gestão é um motivo de orgulho certamente, mas acima de tudo um motivo para se acreditar ser possível estar entre os melhores, sabendo que a FAE é uma das entidades convidada pelos governos a darem pareceres sobre questões de natureza de política económica e empresarial, sendo uma associação de administradores e gestores, a visibilidade do Departamento e da Universidade é a visibilidade que damos aos nossos estudantes, à nossa oferta formativa, à nossa Academia”, acentua Paulo Resende da Silva. Por outro lado, Beatriz Peixe realça o facto de a participação neste concurso ter proporcionado uma excelente oportunidade “para desenvolver habilidades práticas importantes, como análise crítica, resolução de problemas e comunicação eficaz, permitindo aplicar no contexto real ferramentas que me foram transmitidas ao longo da licenciatura. Este projeto foi uma jornada de descoberta e aprendizagem contínua, que certamente moldará a minha abordagem em futuras iniciativas académicas e profissionais.”

Recorde-se que o Prémio Estudos de Caso distingue anualmente os trabalhos que se apresentam como os melhores casos de gestão - a nível de estrutura, complexidade, adequação ao ensino, adaptação à realidade empresarial e criação de valor – de empresas portuguesas e estrangeiras presentes em Portugal e ainda que possam ser considerados como um modelo de estudo no  crescimento e/ou inovação.

Publicado em 26.01.2024