UÉ vê aprovado projeto cuja intenção é criar uma rede internacional de 5 cidades da União Europeia
Trata-se do Projeto Age Against The Machine - Rede Europeia de Solidariedade para os Direitos dos Cidadãos Maiores que visa confrontar o envelhecimento e as questões de justiça social e económica dos cidadãos mais velhos na Europa, utilizando uma combinação de várias metodologias participativas de teatro aplicado.
Através da colaboração intergeracional (1400 participantes diretos) e do ativismo artístico, este projeto que resulta do consórcio entre 7 organizações parceiras de 5 cidades europeias (Polónia, Sérvia, Portugal, Dinamarca e Itália), procura desafiar as leis e políticas existentes na Europa (incluindo nos países candidatos) que dizem respeito às populações mais velhas, promovendo a igualdade e os direitos humanos como valores básicos da União Europeia (UE). “Este tipo de projetos, como o que agora se inicia, visa contribuir através das linguagens e metodologias artísticas, apontando caminhos outros, como respostas aos desafios societais complexos que o mundo contemporâneo impõe e que, cada vez mais, exigem o esforço e a criatividade de equipas motivadas que aceitem o repto de pensar juntas”, esclarece Isabel Bezelga, docente do Departamento de Artes Cénicas da Escola de Artes da Universidade de Évora e membro integrante do Projeto Age Against The Machine.
O objetivo geral do projeto é aumentar a consciencialização, o conhecimento e o interesse dos cidadãos europeus e dos decisores políticos relativamente ao envelhecimento e à posição da população idosa, uma ação que assume especial relevância ao ser desenvolvido numa população particularmente envelhecida como a que se insere na região do Alentejo. “A Universidade de Évora é parte deste território e é também para este território e com as pessoas que o habitam que se vai construindo e aprofundando conhecimento. Ao valorizarem-se e tornarem-se visíveis os saberes, repertórios e experiências, como fabulosos repositórios culturais, que importam ser partilhados em processos vivos de interação geracional criativa, abre-se a possibilidade de serem experimentados, transformados e vividos, hoje e no futuro. Com o desenvolvimento deste projeto pretende-se oportunizar a partilha de saberes e saberes fazeres entre gerações. Aproximar as pessoas mais velhas de pessoas mais jovens (estudantes de artes), através da experiência de criar e pensar juntos. No âmbito da investigação nos vários domínios que se tem vindo a realizar no CHAIA, a relação de permanente contacto com a cidade de Évora impõe-se. Ela é sujeito e objeto de investigação em numerosos projetos e pesquisas que atravessam as dimensões do património, da arquitetura, da paisagem, da criação artística e cultural. Évora, tal como NoviSad (Sérvia), integram-se no conjunto de cidades europeias da cultura, que têm a oportunidade única de pensar e ensaiar a centralidade da cultura e da criação artística no desenvolvimento mais sustentável, inclusivo e participativo das suas cidades”, explica.
Para além de Isabel Bezelga, integram a equipa do projeto pela Universidade de Évora, Paulo Simões Rodrigues, docente do Departamento de História, Teresa Furtado, docente do Departamento de Artes Visuais e Design, e Ana Moya, investigadora principal do Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA). Para Isabel Bezelga, “a experiência acumulada de colaboração em ações desenvolvidas na cidade foi o que permitiu a identificação de sinergias entre investigadores/docentes, não apenas dos Departamentos de Artes Cénicas e Artes Visuais e Design, mas também da Escola de Ciências Sociais”.
Ao longo do desenvolvimento do projeto (2 anos), estão contempladas no plano de trabalho diversas atividades específicas a realizar no concelho de Évora, com início já em fevereiro, tais como “encontros de partilha de práticas expressivas envolvendo 2 grupos intergeracionais (6 meses), a realização de laboratório de experimentação e criação performativa (3 meses); a apresentação e partilha pública de espetáculo/performance (local, nacional e internacional - Polónia, Sérvia, Portugal, Dinamarca, Itália); a realização do festival AgeAgainstTheMachine ( Évora em 2025); a participação em conferências e encontros nacionais de sensibilização políticas públicas; e ainda a participação na Conferência AgeAgainstTheMachine (Sérvia)”, apresenta Isabel Bezelga.
Além da Universidade de Évora, constituem o Consórcio as seguintes organizações:
Leader - Foundation ''Novi Sad 2021 - European Capital of Culture'' (Novi Sad, Sérvia),
BRAMA Teatr (Goleniow, Polónia) https://www.teatrbrama.org/english-menu/;
Compagnia Il Melarancio (Cuneo – Itália), www.melarancio.com ;
Dr-ne Daj Troup (NoviSad, Sérvia) https://www.drznedaj.rs/;
Red Cross Serbia (Belgrade, Sérvia), https://www.redcross.org.rs/en/;
Nordisk Teaterlaboratorium/Odin Teatret (Holstebro, Dinamarca) https://en.ntl.dk/