Índex Nacional de Acesso ao Medicamento Hospitalar 2023
A apresentação dos resultados do Índex Nacional de Acesso ao Medicamento Hospitalar 2023, resultante de um estudo coordenado por Sofia de Oliveira Martins, professora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e por Ana Margarida Advinha, professora da Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Évora, decorreu na Fundação Oriente, dia 17 de novembro, no âmbito do 15º Fórum do Medicamento.
Ana Margarida Advinha, começou por referir na sessão moderada pela jornalista Paula Rebelo com um painel constituído por Hélder Mota-Filipe, Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos; Carlos Lima Alves, Vice-Presidente do INFARMED, I.P.; Rosário Trindade, Membro do Conselho de Administração da AstraZeneca e por Luís Miguel Gouveia, Presidente do Conselho de Administração do Hospital Fernando Fonseca, que “a maioria das instituições hospitalares afirmou utilizar medicamentos antes da decisão de financiamento, garantindo na globalidade, o acesso à inovação terapêutica”, notando que na edição de 2023 deste estudo as investigadoras obtiveram uma taxa de respostas de 75% das instituições hospitalares do SNS.
A professora da Universidade de Évora destacou na apresentação que a monitorização dos resultados das novas terapêuticas “apenas é realizada em 33% dos casos, embora em relação a medicamentos em que o financiamento se baseia em mecanismos de partilha de risco, 72% (n=26) dos hospitais do SNS já monitorizam esses resultados”. Outro dado resultante do estudo, demonstra que em 67% das instituições existem programas de dispensa de medicamentos de proximidade, sendo que em 50% dos casos o medicamento é entregue via farmácia comunitária”.
Ana Margarida Advinha fez notar ainda que “cerca de 39% dos respondentes têm também disponível a consulta farmacêutica e de que a carga administrativa continua a ser identificada como sendo a grande barreira no processo de aquisição dos novos medicamentos” frisando que “94% das instituições hospitalares continuam a identificar as rupturas como um problema grave”.
Realizado bienalmente desde 2019 contando já com um estudo intercalar realizado no ano passado, o estudo agora apresentado teve como principais objetivos determinar o nível de acesso ao medicamento hospitalar e analisar os modelos de gestão, mecanismos de criação de evidência e de medição de resultados que lhe estão associados; identificar as barreiras e/ou problemas existentes associados à equidade de acesso, gestão e dispensa do medicamento nas instituições hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS); promover o benchmarking e o desenvolvimento de ações conjuntas e concertadas de melhoria contínua; e monitorizar o Índex Nacional do Acesso ao Medicamento, a nível nacional.
Recorde-se que o Índex Global de Acesso ao Medicamento 2023 (dados relativos a 2022) é de 58%, estando em decréscimo relativamente aos anos anteriores.
Relatório disponível aqui