1ª Conferência sobre Transdisciplinaridade reúne membros da academia para debater questão central no ensino e na investigação

Apesar de o conceito de Transdisciplinaridade estar presente nas preocupações da academia, tanto ao nível do ensino como da investigação, “ainda há um longo caminho pela frente para que este seja de facto posto em prática, e, apesar deste esforço depender da universidade, alguns aspetos da sua aplicabilidade relacionam-se com fatores externos como a legislação”, abordou Hermínia Vasconcelos Vilar, Reitora da UÉ. “Devemos também recordar que a atual estrutura da Universidade de Évora, que se organiza em Escolas, mas também em Departamentos, se apresenta como um desafio para tornar real a transdisciplinaridade na nossa instituição. Urge assim olhar para a atual estrutura e procurar que esta se adapte às necessidades do ensino e da investigação”, concluiu.

Para Rui Salgado, Diretor do IIFA, “esta primeira iniciativa do ponto de vista do IIFA para desenvolver a transdisciplinaridade é fundamental para entender como se pode potencializar esta abordagem, é uma aposta que nos pode diferenciar, mas para isso deve envolver vários agentes”.

Esta primeira sessão contou com o contributo de Christian Pohl, docente e investigador no Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (Suíça), que tem encarado a investigação interdisciplinar e transdisciplinar como um meio para atingir um fim, no caso em concreto da sua área científica, esse fim é o desenvolvimento sustentável, que exige uma abordagem de questões complexas e socialmente contestadas. No papel de palestrante principal apresentou uma abordagem ao tema “Putting transdisciplinarity into practice in a university context”, na qual começou por afirmar que “a forma como se encontram organizadas as universidades atualmente não é a adequada para resolver os seus problemas”. Procurando responder a questões como “O que é a investigação transdisciplinar? Como colocar a transdisciplinaridade em prática no ensino? Como pô-la em prática na instituição?”, Christian Pohl apresentou a transdisciplinaridade na investigação como a fusão entre a investigação científica (com uma realidade de rigor e conhecimento) e a prática (com uma realidade de relevância e projeto concreto), resultando assim em algo como uma “colaboração dinâmico-funcional de disciplinas/áreas e atores sociais para tratar de questões de investigação”, explicou.

Para além da conferência de abertura houve ainda espaço para debater temas como a importância de colocar em prática a transdisciplinaridade num contexto universitário, bem como uma análise ao papel da transdisciplinaridade na investigação, inovação e desenvolvimento.