UÉ promove 2º Workshop de Ciência de Dados & Inteligência Artificial para Empresas do Alentejo
O Centro de Estudos e Formação Avançada em Gestão e Economia (CEFAGE), em conjunto com o Departamento de Gestão da Universidade de Évora, promoveu o 2º Workshop de Ciência de Dados & Inteligência Artificial para Empresas do Alentejo, no âmbito do projeto CONECTA PYMES 4.0, que tem por objetivo promover a transformação digital e a adaptação das empresas localizadas na região EUROACE aos requisitos da economia e dos negócios digitais.
O workshop que decorreu no Anfiteatro 131 do Colégio do Espírito Santo na Universidade de Évora, no dia 13 de setembro, procurou contribuir para uma melhor perceção da Ciência de Dados e da Inteligência Artificial e da sua aplicabilidade e utilidade para responder a desafios em diversas áreas da sociedade, bem como para capacitar empresas e os seus gestores para a importância dos dados como matéria-prima essencial para uma gestão do negócio e para a definição de linhas orientadoras dos seus modelos de negócio.
“O tema é mais do que atual e é importante termos tantos estudantes a assistir a este workshop que diz respeito a uma área na qual a Universidade de Évora está a investir atualmente ao nível da sua oferta formativa”, afirmou Rui Quaresma, Diretor do Departamento de Gestão da UÉ, na sessão de abertura.
Na sessão decorreu a apresentação do movimento cívico para a Democratização da Inteligência Artificial do Alentejo, “no fundo, trata-se de um veículo para que possamos olhar para a Inteligência Artificial não como algo que nos vem perturbar no dia-a-dia, mas sim uma ferramenta que podemos aplicar e que traz benefícios para os territórios”, introduziu Paulo Resende da Silva, docente do Departamento de Gestão da UÉ.
“A Inteligência Artificial está à vista de todos nós, na educação, no planeamento de território, na vida social e civil, se não a soubermos interpretar e perceber o que esperamos dela então não a vamos saber utilizar”, explicou Ricardo Vidigal da Silva, em representação do movimento cívico para a Democratização da Inteligência Artificial do Alentejo que tem como objetivo despertar a sociedade civil, empresas, instituições e individualidades para o emergente impacto nas suas vidas e no seu futuro da inteligência artificial, procurando capacitar pessoas e regiões para os desafios da IA. “É um processo de humano para tecnologia e vice-versa e é fundamental integrar neste processo todas as áreas da sociedade e da academia. É uma questão transversal a todos os cidadãos e que deve ser debatida em todas as suas perspetivas”, concluiu.
Em mesa redonda, moderada por Jacinto Vidigal da Silva, docente do Departamento de Gestão da UÉ, estiveram dois convidados a partilhar casos inspiradores de instituições que aplicam diariamente a Ciência de Dados e a IA em prol das suas empresas. O primeiro caso, a AgroInsider, foi criada para transformar anos de investigação em Agricultura de Precisão em serviços de Agricultura de precisão, procurando criar valor para o agricultor, tendo resultado no lançamento de uma app móvel apelidada de SmartAG que utiliza o processamento de dados para dar resposta às necessidades do agricultor, permitindo uma monitorização constante que identifica anomalias e gera avisos. Por detrás de muitos dos projetos da empresa esteve a IA, tal como é exemplo a plataforma AgroRadar, com recurso a big data de dados de satélite do programa Copernicus.
A partilha do segundo caso esteve a cargo de Renato Silva, Diretor da Área de Analítica e Modelos no Banco Santander, que acredita no poder da ciência de dados para resolver problemas transversais a diversas áreas da sociedade, “quer sejam eles na agricultura ou na banca”. “O banco Santander embarcou num processo de transição digital quando percebeu que apesar de as necessidades dos clientes serem as mesmas, a sua exigência mudou, e para oferecermos o melhor produto tínhamos de ter a melhor ciência de dados. Porque quando um cliente abre uma conta no Santander nós não possuímos informação acerca dos seus dados comportamentais para lhe proporcionar uma experiência personalizada, foi aí que descobrimos o valor da Generative AI”, concluiu.
O workshop contemplou dois momentos de debate em torno dos temas “O futuro inteligente para um mundo de dados na era da Inteligência Artificial” e “A transformação organizacional: da liderança ao talento num mundo de disrupção digital”, conferências moderadas por Paulo Resende da Silva e que contaram com oradores convidados. Para finalizar, teve lugar a apresentação do livro “Emporwerment Leadership - Equipas de Excelência” de Ricardo Fortes da Costa, lançado em março de 2023.