Estudo revela que cerca de 35% dos estudantes do ensino superior foram alvo de assédio sexual e 50,2% de assédio moral

Estudo coordenado por Lara Guedes de Pinho, Professora do Departamento de Enfermagem e Investigadora do Comprehensive Health Research Centre (CHRC), da Universidade de Évora (UÉ) revela que cerca de 1 em cada 3 estudantes do Ensino Superior refere já ter sofrido de assédio sexual e cerca de metade de assédio moral. “Tendo em conta o conceito de assédio sexual apresentado no questionário, cerca de 1 em cada 3 participantes consideram que já sofreu de assédio sexual", sublinha a investigadora da academia alentejana com base numa amostra de 3399 estudantes de sete (7) instituições de ensino superior portuguesas.

O estudo coordenado pela UÉ revela que 34,8% dos participantes já foram alvo de assédio sexual. Dos estudantes que indicaram já ter sido assediados sexualmente, 91,9% foram assediados fora da universidade, 2,2% no espaço da universidade, 5,6% foram assediados quer na universidade quer fora da universidade, enquanto que, 0,3% dos participantes não respondeu quanto ao local onde ocorreu o assédio.

O estudo mostra que os agressores mais identificados foram o pessoal não-docente da universidade (14%), seguido do parceiro amoroso (10,5%), colegas de trabalho (8,1%) ou colegas da universidade (7,3%). No que se refere aos familiares representa 6,4%, com os professores a surgir em menor percentagem (2,9%). Numa análise a outros agressores, há um grande destaque para os desconhecidos (33%). O restante dos participantes não identificou o agressor.

No estudo considerou agressão sexual "qualquer comportamento, ou revelação, por palavras, ou ações, de natureza sexual, não pretendido pela pessoa a que se destina, e que se revela ofensivo".

O mesmo estudo liderado pela investigadora da UÉ, revelou que 50,2% dos estudantes consideram que já sofreram de assédio moral. Dos estudantes que indicaram já ter sido assediados moralmente, 77,4% foram assediados só fora da universidade, 6,6% só no espaço da universidade, 15,5% foram assediados quer na universidade quer fora da universidade e 0,5% não responderam ao local do assédio.

O estudo mostra que os agressores mais identificados foram familiares (26,7%), seguido de colegas da universidade (25,1%), colegas de trabalho (22,3%), parceiro amoroso (14,9%), com os professores a surgir em menor percentagem (11%). Já 25,4% dos estudantes referiram ainda outros agressores que não os acima identificados.

No estudo entende-se por assédio moral "qualquer conduta abusiva de natureza psicológica, frequente e intencional, através de atitudes, gestos, palavras ou escrita que fere a integridade física ou psíquica, gerando uma sensação de exclusão do ambiente e do convívio social".

Analisando a relação entre o assédio moral e a saúde mental dos estudantes, Lara Guedes de Pinho concluí que “existe uma associação significativa entre o assédio moral e as escalas de sintomas depressivos e ansiosos” (p

Publicado em 01.06.2023