Dia Nacional dos Cientistas decorreu em Évora

Évora foi palco da comemoração do Dia Nacional dos Cientistas, instituído em 2016 para celebrar e reconhecer a contribuição histórica, relevante e inovadora da comunidade científica para o avanço do conhecimento e, assim, para o progresso e o bem-estar da sociedade. A data do nascimento de José Mariano Gago – dia 16 de maio – foi escolhida, tal como adiantou a organização, para homenagear o seu legado.

Promovida pela Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, organizada pelo Centro Ciência Viva de Estremoz, Universidade de Évora, em parceria com a Câmara Municipal de Évora esta iniciativa pretendeu também  para homenagear “as mulheres e os homens que se dedicam à ciência e contribuem com o seu trabalho para o progresso social assente na curiosidade, na criatividade, no pensamento crítico e no envolvimento de todos os cidadãos”.

Hermínia Vasconcelos Vilar, Reitora da Universidade de Évora, agradecendo o facto desta iniciativa decorrer na cidade eborense, recorda que a Évora é historicamente “uma cidade de Cultura e de Conhecimento”, como também o demonstra a própria fundação da Universidade no século XVI.

Os desafios da ciência e como esta deverá ser pensada para o bem estar da sociedade foi um dos temas que a Reitora da UÉ pretendeu deixar na sua intervenção, devendo esta “responder aos problemas que nos vamos deparando nas mais diversas áreas, pelo que devemos tomar decisões no que respeita ao lado «menos bom» da ciência para evitar problemas no futuro”.

O investimento na ciência, a necessidade de maior estabilidade na carreira de investigador, o objetivo de tornar cada vez mais as universidades como centros de produção de ciência em articulação com a sociedade, bem como a aposta na divulgação científica, foram temas sublinhados por Hermínia Vasconcelos Vilar, que fez questão de frisar ainda o facto da programação do Dia Nacional dos Cientistas ter contado com as mais diversas áreas do conhecimento, dando como exemplo o contributo das Artes neste evento que levou alunos e professores de escolas secundárias da cidade aos diversos laboratórios da Universidade de Évora.

Rui Dias, diretor do Centro Ciência Viva de Estremoz e Comissário desta edição do Dia Nacional do Cientista, recordou o papel central que Mariano Gago, ministro da Ciência e Tecnologia entre 1995 e 2002, assumiu na modernização do sistema científico português e do seu reconhecimento internacional.

A polivalência do conceito “Caminhos do Conhecimento”, que oferece uma abrangência de olhares, serviu então de mote para o dia que apela para a importância dos cientistas, “fico feliz por termos contado com a participação de 28 escolas, as quais receberam investigadores da Universidade de Évora para demonstrar a  importância do que é ser cientista(…), o que é fundamental num momento em que somos submersos por informação, muita da qual não conseguimos absorver ou separar”.

Apresentando exemplos com base na ciência, Rui Dias, Professor do Departamento de Geociências, investigador do ICT, da Universidade de Évora, continuou a sua apresentação referindo-se à existência de uma complexa inter-relação entre os processos naturais que dominam a superfície da Terra onde a “urgência climática” vem reclamando respostas concretas para a sua mitigação.

A encerrar o evento, Elvira Fortunato, Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, considerou “os investigadores o recurso mais precioso do sistema científico. Sabemos como a qualidade e a excelência do seu trabalho depende deles e de nós, enquanto ministério”, aproveitando a ocasião para mencionar algumas medidas previstas a curto prazo no sentido da estabilidade a da progressão de carreiras, “como forma de garantir a capacidade de retenção e também de atração de talento para as nossas instituições”, sobretudo porque “as políticas de ciência estão e devem continuar a estar centradas no investigador”.

Publicado em 22.05.2023