Irene Borges-Duarte: Pensar o afeto e a Arte da Técnica em Heidegger
“Esta é uma sessão muito especial, de amizade e afetos, que homenageia a entrega e a partilha que a Professora Irene Borges-Duarte empregou na Universidade de Évora e de uma praxis baseada no cuidado sempre presente em todo o seu percurso,” sublinhou Olivier Féron, Diretor do Departamento de Filosofia da Universidade de Évora na última lição da Professora Irene Borges-Duarte, por ocasião da sua jubilação.
Foi no Dia Mundial da Filosofia que decorreu no anfiteatro do Colégio do Espírito Santo, a última Lição de Irene Borges-Duarte, Professora do Departamento de Filosofia e Investigadora do PRAXIS - Centro de Filosofia, Política e Cultura; “última, mas não derradeira” como fez questão de sublinhar.
Olivier Féron fez questão de realçar, entre outros aspetos da vida académica e intelectual da docente, que foi por sua iniciativa “o primeiro passo para a promoção e para o desenvolvimento da cultura da filosofia em Évora” cujo papel foi “fundamental” para o desenvolvimento quer do curso de Licenciatura em Filosofia quer do curso de Doutoramento em Filosofia, que, “se hoje existe muito se deve ao trabalho incansável da Professora Irene Borges-Duarte”.
É também através do curso de Doutoramento que a Reitora da UÉ, Hermínia Vasconcelos Vilar, espera que Irene Borges-Duarte continue a colaborar “e a dialogar com a filosofia” manifestando ser “um enorme prazer” estar na sessão “também como amiga, neste momento de alegria que marca uma fase longa de colaboração” na Universidade de Évora.
André Barata, Professor da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior (FAL-UBI), na qualidade de Presidente da Sociedade Portuguesa de Filosofia (SPS) revelou a importância e relevância do caráter incontornável da Professora Irene para a Filosofia. Estudiosa de Heidegger, a Professora Irene Borges-Duarte “foi atraindo gerações de investigadores, de Portugal e além-fronteiras, onde, de forma persistente e marcante tem uma marca importantíssima na Filosofia portuguesa”. Considerando que a Filosofia se encontra “muitas vezes acantonada e observada como meros transmissores do pensamento alheio, a Professora Irene sempre fez pontes e fez florescer pensamentos por não ter medo de fazer Filosofia e de aflorar o pensamento” esperando que o seu legado “seja inspirador para os desafios que a Filosofia enfrenta em Portugal”.
Na sua Última Lição, Irene Borges Duarte referiu-se a Hegel: “A coruja de Minerva levanta voo ao cair da noite” quando o filósofo germânico “falava de toda a filosofia, mas as suas palavras valem para todo o pensamento reflexivo” terminando a sessão com o lançamento do livro Entre Mundos - Liber Amicorum para Irene Borges-Duarte de Ângelo Milhano, Luís Gabriel Provinciatto, Laiz Chohfi e Fernanda Henriques, Professora de Filosofia da Universidade de Évora, uma obra de homenagem à Professora Jubilada que representa para a própria, “uma oferta dos amigos muitos dos quais nos vamos encontrando ao longo da vida”. Já sobre a sessão que decorreu na UÉ, Irene Borges-Duarte sublinha à Comunicação da UÉ que “significa sobretudo terminar uma época institucional, não o trabalho, significa o ter vivido muito, e de certa maneira significa conseguir afiançar algo na Universidade” referindo-se aos cursos de Licenciatura e Doutoramento.
