Projeto na remoção de obstáculos aos movimentos piscícolas

O projeto LIFE Águeda - Ações de conservação e gestão para peixes migradores na bacia hidrográfica do Vouga, coordenado por Pedro Raposo de Almeida, professor do Departamento de Biologia e investigador do MARE, da Universidade de Évora, avançou esta semana com os trabalhos de remoção de obstáculos aos movimentos piscícolas nos rios Águeda e Alfusqueiro.

A finalidade destas intervenções é o de restabelecer a continuidade fluvial em cerca de 34 km na bacia hidrográfica do Vouga, estando previsto um conjunto de intervenções num total de 13 obstáculos. Ao todo, como esclarece o investigador da Universidade de Évora, "serão removidos total ou parcialmente oito barreiras, sendo as restantes cinco alvo de instalação de dispositivos de transposição piscícola, vulgarmente referidos como passagens para peixes".

De referir que nos dias 3 e 4 de março vão ser removidos os dois açudes de maior dimensão na área de intervenção do projeto, um no rio Alfusqueiro, com cerca de 3 m de altura desde o leito do rio, e o outro no rio Águeda, com uma altura aproximada de 1 m.

O objetivo central do LIFE ÁGUEDA é a eliminação ou mitigação substancial de pressões hidromorfológicas previamente identificadas na área e troços de rio a intervencionar, de forma a assegurar a melhoria do seu Estado Ecológico, tal como definido pela Diretiva Quadro da Água. Para atingir esse objetivo, o projeto propõe-se desenvolver e aplicar um conjunto de soluções demonstrativas que têm por objetivo (re)naturalizar a morfologia fluvial e assegurar o restauro ecológico dos habitats aquáticos e terrestres associados.

Complementarmente, o projeto visa desenvolver, ensaiar e avaliar um conjunto de soluções inovadoras que têm por alvo a translocação de juvenis de enguia-europeia, medidas custo-eficazes de apoio à monitorização exigida pela DQA e a diferenciação/valorização económica, pelo consumidor, do pescado que resulte de práticas de pesca sustentável.

Publicado em 03.03.2022