Prémio Gonçalo Ribeiro Telles: legado ideológico inspira galardoados

Aurora Carapinha, arquiteta paisagista e professora da Universidade de Évora, e José Sá Fernandes, antigo vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Lisboa, receberam, na Universidade de Évora, o Prémio Gonçalo Ribeiro Telles 2021, numa cerimónia realizada na Sala dos Actos do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora.

O legado e pioneirismo de Ribeiro Telles foram ontem, dia 11 de novembro de 2021, evocados na Universidade de Évora com a realização da cerimónia de entrega do Prémio Gonçalo Ribeiro Telles: Ambiente e Paisagem 2020. Aurora Carapinha, arquiteta paisagista e professora da Universidade de Évora, recordou em declaração aos jornalistas que foi "a aluna nº.6" de Ribeiro Telles na Universidade de Évora, sendo uma "honra" receber este prémio que "tem um significado muito forte, que é a responsabilidade". Visivelmente emocionada, Aurora Carapinha frisa que este prémio “obriga qualquer um que o receba a saber transmitir todo o legado ideológico de Ribeiro Telles", assim como "toda a sua atividade cívica".

Da mesma forma, José Sá Fernandes, considerou ser “uma honra e unicamente tenho que conter a vaidade", disse aos jornalistas o antigo vereador da Câmara de Lisboa, recordando o legado “único” que o Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles nos deixou. Gonçalo Ribeiro Telles, que faleceu a 11 de novembro de 2020, aos 98 anos, foi "um político e um arquiteto paisagista, mas essencialmente um político" que usou "a arquitetura paisagista para atingir a qualidade de vida de uma comunidade e de um país", exaltou ainda Aurora Carapinha.

Ana Costa Freitas, Reitora da UÉ, considerou na sua intervenção, tratar-se de "uma justíssima homenagem ao homem cuja dignidade, sabedoria e humildade o colocam entre as personalidades brilhantes de Portugal e ao nível internacional”, sem esquecer a participação que o Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles assumiu na refundação da UÉ, na criação da licenciatura Arquitetura Paisagista, tendo sido o primeiro a dirigir o Departamento de Planeamento Biofísico e Paisagístico.

"Estou certa que a vida de Gonçalo Ribeiro Telles jamais será olvidada, tal é a riqueza e a profundidade do seu legado", destacou ainda Ana Costa Freitas, afirmando que “na Universidade de Évora assumimos o compromisso de aplicar e manter bem presente, transversalmente, o pioneirismo do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles", notou a reitora, enderençando aos galardoados “uma palavra de apreço pelo trabalho que têm vindo a desenvolver e de agradecimento por honrarem a visão do patrono deste Prémio” que nasce de uma iniciativa conjunta do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, da Ordem dos Engenheiros, da Causa Real, da Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas, e da Universidade de Évora.

 Nascido a 25 de maio de 1922, em Lisboa, Gonçalo Ribeiro Telles, que também teve uma carreira marcada pela cidadania, ecologia e política, é autor de projetos relevantes na capital, como os Corredores Verdes e os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.

 O Anualmente são premiadas personalidades que se tenham destacado nas áreas do ambiente e da paisagem e com percursos de vida ligados ao serviço cívico. No último ano, a vencedora foi a arquiteta paisagista Teresa Andresen.

O júri, composto por representantes do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, da Ordem dos Engenheiros, da Causa Real, e da APAP - Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas, incluiu também a Universidade de Évora, através da sua Reitora, Ana Costa Freitas, e Miguel Ribeiro Telles, familiar do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles.

 

Publicado em 12.11.2021