UÉ no projeto ADIM

Guia para a inclusão da diversidade sexual e identidade de género

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A Universidade de Évora (UÉ) integra projeto para promover o respeito e a inclusão, em contextos laborais, de lésbicas, gays, bissexuais, trans e de outras pessoas pertencentes às chamadas minorias sexuais (tais como as pessoas intersexo, assexuais ou de género não binário), nomeadas através da sigla LGBTI.

Coordenado na UÉ por Rosalina Pisco Costa, Pró-Reitora e professora do Departamento de Sociologia, o projeto europeu “ADIM - Avançar na Gestão da Diversidade LGBT nos Setores Público e Privado" é um instrumento inovador que veio responder ao novo Plano da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não discriminação, o Plano de Ação de combate à discriminação em razão da orientação sexual, identidade e expressão de género e características sexuais.

A projeto acaba de lançar no nosso país, um guia de apoio em três idiomas, Português, Espanhol e Inglês, para a implementação de políticas de gestão da diversidade em questões de orientação sexual, identidade e expressão de género e características sexuais para empresas e universidades. No Guia ADMIM LGBTI - Inclusão da diversidade sexual e identidade de género, entre outras conclusões, é referido o facto das mulheres lésbicas, bissexuais e trans estarem expostas a uma maior discriminação nos contextos laborais do que as mulheres heterossexuais e que os homens gays, pelo facto de serem mulheres: diferença salarial, segregação horizontal (especialização em determinadas áreas) e vertical (maiores dificuldades de acesso a postos de responsabilidade ou teto de vidro), entre outras, sublinhando o facto de que as pessoas que não são LGBTI não estarem conscientes das dificuldades que enfrentam os membros desta comunidade em contextos laborais.

No que respeita às pessoas trans, os especialistas sublinham “a dificuldade que supõe o reconhecimento da sua identidade de género e o seu nome civil num espaço de trabalho”. Desta forma é positivo que as empresas e as instituições empregadoras estabeleçam protocolos para responder a questões operacionais básicas tais como o acesso adequado a espaços partilhados.

Para dar respostas a estas e outras situações é apontado “a formação de todas as pessoas relativamente à diversidade sexual e identidade de género deve ser uma das primeiras ações para garantir o respeito no local de trabalho”, estas formações têm, na opinião dos especialistas “uma grande capacidade de multiplicação e devem ser ministradas com um elevado caráter de importância pelas empresas”.

Esta avaliação consistiu, “num diagnóstico interno das políticas de diversidade e inclusão dirigidas às pessoas LGBTI e na elaboração de um questionário direcionado aos trabalhadores e às trabalhadoras”, destacando que este questionário foi enviado a 53 667 funcionários/as, tendo sido respondido por 16% dos/as inquiridos/as. Do total de respostas, 13,4% dizem respeito a pessoas LGBTI, o que constitui “uma das maiores amostras disponíveis que permite conhecer as experiências desta comunidade no seu local de trabalho.”

O projeto contou com a participação de um total de 24 organizações, 8 das quais dizem respeito a universidades públicas (5 espanholas e 3 portuguesas) e 16 empresas privadas (10 em Espanha e 6 em Portugal), que funcionaram como grupo amostra de caso para a testagem dos vários materiais produzidos ao abrigo do projeto, beneficiando ainda de formação especializada nas áreas das políticas de gestão da diversidade LGBTI em contextos laborais.

Desenvolvido pela Dirección General de Igualdad de Trato y Diversidad do Ministerio de la Presidencia, Relaciones con las Cortes e Igualdad de Espanha, juntamente com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género de Portugal e a Universidade Complutense de Madrid, o projeto recebeu financiamento da União Europeia.

Aceda ao GUIA ADIM LGBTI Inclusão da diversidade sexual e identidade de género em empresas e organizações, aqui

Publicado em 06.05.2020