Miguel Araújo aponta relação entre clima e propagação do COVID-19
Miguel Bastos Araújo, investigador da Universidade de Évora (UÉ) e especialista em alterações climáticas, apresentou resultados de um estudo que apresenta uma simulação para cenário de propagação do Covid-19.
O investigador indica uma relação entre o clima e características epidemiológicas do novo coronavírus, com maior incidência em áreas "secas e com temperatura fresca". Os resultados do estudo, que aguarda publicação numa revista científica, apontam para que "em março e abril o vírus continue em expansão" no país e "decaia abruptamente" a partir de maio ou junho.
“Estes resultados têm tremendas implicações para a gestão do risco pelos setores público e privado” sublinha Miguel Araújo, aludindo as principais conclusões do estudo:
. A pandemia não afetará todas a regiões do mundo com a mesma intensidade ao mesmo tempo;
. Conhecer os efeitos do clima na incidência do vírus pode ajudar as instituições a prepararem-se com antecedência para minimizar os riscos de saúde e económicos;
. Só a partir do final de maio o clima ajudará a conter a incidência do vírus no sul da Europa;
. O Canadá, a Rússia e a Escandinávia terão risco acrescido de propagação do vírus do fim da primavera até ao fim do verão;
. As regiões áridas têm um risco apenas moderado, comparado com as zonas temperadas, pelo que aí será mais fácil implementar medidas de contenção;
. Os trópicos são regiões climaticamente pouco favoráveis ao vírus, o que deverá ajudar a limitar a epidemia.
Leia artigo no Jornal Público, diponível aqui.