Entrevista a Mariana Silva, aluna do curso de Enfermagem
A propósito do Dia da Escola de Enfermagem S. João de Deus da Universidade de Évora, conheça o exemplo de Mariana Marques Silva. Esta aluna, natural da Lourinhã, distrito de Lisboa, encontra-se a frequentar o 3.º ano da licenciatura em Enfermagem, rumou até à cidade espanhola de Mérida para que, no âmbito do Programa de Dupla Titulação entre a Universidade de Évora e a Universidade de Extremadura, aprofundar os seus conhecimentos.
Gabinete de Comunicação: Que motivos a levaram a optar pela licenciatura em Enfermagem na Universidade de Évora?
Mariana Silva: O curso já estava escolhido um pouco por influência da minha irmã que também é enfermeira, mas sempre tive a ideia de estudar numa cidade mais pequena pelo espirito académico que geralmente está presente de uma forma mais marcada nestas cidades, em Évora tudo está à distância de uma caminhada de 10 ou 15 minutos e os níveis de stress são menores e as pessoas mais amáveis e disponíveis. A Universidade de Évora foi igualmente recomendada por amigos que aqui estudavam, e quando comecei a pesquisar verifiquei que o plano de estudo era mais completo em comparação com o de uma outra Universidade, que na altura estava indecisa. O facto das práticas hospitalares começarem no 2.º ano (e agora para os novos alunos até mesmo no 1.º), a disponibilidade para o esclarecimento e a amabilidade de docentes e não docentes na altura da matrícula foram efetivamente fatores preponderantes para a minha decisão.
GC: O que destaca da sua experiência na UÉ?
MS: Até agora faço um balanço positivo e enriquecedor tanto a nível pessoal como a nível académico.
GC: Que motivos a levaram a integrar pela dupla titulação?
MS: Sempre tive claro que queria fazer mobilidade. Este programa pareceu-me ser uma mais-valia pois era único no sentido em que me permitiria, para além de estudar um ano noutra universidade (e não apenas um semestre como ocorre em maior parte dos casos), valorizar o meu currículo no sentido em que ambas as Universidades (Évora e Extremadura) reconhecem-me como sua licenciada.
GC: Que mais-valia retirou da experiência em dupla titulação?
MS: As diferenças a nível académico são notórias e super enriquecedoras, deparamo-nos com pontos de vista e metodologias completamente diferentes. Relativamente às praticas hospitalares é notório que, desde que nos basemos nossa prática e nos pilares teóricos cimentados durante a parte teórica do curso, irá sempre de acordo com o que esta correto, ainda que façamos as coisas de forma ligeiramente diferente.
GC: Que diferenças destaca em estudar em Évora ou no campus de Mérida da Universidad de Extremadura?
MS:Creio que a maior diferença é o facto de apresentar-me como estudante em mobilidade. No geral os professores são acessíveis e disponíveis para esclarecer qualquer dúvida ou questões que os alunos possam ter, tal como sucede aqui na Universidade de Évora. O ambiente é descontraído e divertido, o campus da universidade é recente e dispões de todas as comodidades e das condições que podemos esperar.
GC: Como é o quotidiano de uma aluna em dupla titulação.
MS: O dia-a-dia é realmente estupendo, é um ano que, com toda a certeza vou lembrar sempre na minha vida e com alguma nostalgia. Mérida é uma cidade histórica, mas bastante dinâmica, com todo o tipo de monumentos para visitar, restaurantes e cafés a preços acessíveis para experimentar a gastronomia típica e com bastante vida noturna. A cidade é bastante segura e dentro do centro encontramos tudo o que necessitamos, a caminhar podemos chegar a qualquer lado, e para deslocar-nos para outras partes da cidade existem autocarros com bilhetes acessíveis e que passam com bastante frequência.
O contacto que se proporciona com os outros estudantes que também estão em mobilidade na cidade é o que mais vou sentir falta, somos uma grande família criada pelo facto de apenas nos termos uns aos outros. Por esse motivo resta-nos estarmos unidos. É um tipo de ligação difícil de explicar, até porque é desenvolvido muito rapidamente, numa semana passamos de desconhecidos a melhores amigos, e a marcar a vida uns dos outros. Confrontar-nos com realidades distintas e outras culturas faz-nos mais do que aprender, faz-nos experienciar e vivenciar o significado de tolerância religiosa e cultural tão importante com a crise humanitária que se vive neste momento.
GC: Que caminho planeia trilhar quando terminar o curso de enfermagem?
MS: Seguramente continuarei a investir na minha formação académica e a tentar todos os dias ser uma profissional que relembra a sua formação académica e que baseia a sua prática na evidência científica de acordo com as normas que aprendeu. Tal parece-me fundamental lutar pelo reconhecimento social e profissional da enfermagem como profissão.