Desenvolvimento de um vetor para proteção de plantas de tomate contra TSWV

O vírus do bronzeamento do tomate (TSWV) é responsável por perdas económicas extremamente significativas na cultura do tomate a qual constitui 72% do rendimento dos vegetais frescos produzidos em todo o mundo. Até ao momento as estratégias de controle de vírus dependem apenas da existência de medidas sanitárias preventivas ou de resistência genética uma vez que não existem produtos antivirais para uso em campo, no entanto o contínuo reaparecimento e disseminação a novos hospedeiros torna essencial o desenvolvimento de meios de controlo inovadores e eficientes.

O silenciamento de genes induzido por vírus (VIGS) permite o silenciamento específico de genes estranhos que podem ser inseridos num vírus vetor e de seguida, inoculados em plantas. Quando uma sequência de um gene supressor viral é introduzida num vetor VIGS, a planta infetada com este vetor terá como alvo RNA viral e tal vai dar-lhe uma vantagem significativa na sua proteção contra uma possível infeção desse vírus. A abordagem VIGS proporciona a geração de um fenótipo rápido, sem necessidade de transformação de plantas e a um custo relativamente baixo. Vários vírus de plantas têm sido utilizados como vetores VIGS, no entanto, os seus grandes genomas, a sua difícil manipulação, o reduzido número de hospedeiros que infetam e os sintomas que eles causam que, por vezes mascaram a visualização do fenótipo VIGS, restringe a sua utilização como vetores.

Os AlphanecrovirusOlive mild mosaic virus (OMMV) e Olive latent virus 1(OLV-1) têm características que os colocam como candidatos atrativos para VIGS na medida em que têm um genoma pequeno sendo fáceis de manipular, deslocam-se sistemicamente numa grande variedade de plantas não causando sintomas ou causando apenas sintomas suaves, o que facilita a sua manipulação em construções qua não causem sintomas e permitirá a sua aplicação a um grande número de plantas. É a primeira vez que será usado um necrovirus como VIGS.