Uma nova abordagem em bacteriófagos para o controlo da Paenibacillus larvae na Apicultura

As abelhas são responsáveis pela produção de 1/3 da oferta mundial de alimentos através da polinização de mais de 100 espécies de plantas com flores, estimada em 153 biliões€/ano. Apesar de vitais para a preservação e sustentabilidade do ecossistema são atacadas por muitos agentes patogénicos como bactérias, fungos, vírus e parasitas. Uma das doenças bacterianas mais
devastadoras que afetam as larvas das abelhas é loque americana (LA). Esta doença é causada por Paenibacillus larvae, uma bactéria gram-positiva formadora de esporos altamente resistentes que se espalham facilmente pelos apiários. Em caso de sintomas de LA, é recomendada a queima total das colmeias contaminadas, o que causa graves prejuízos económicos. Apesar dos antibióticos serem agentes terapêuticos, as consequentes resistências bacterianas e as restrições da sua presença em mel para consumo humano pela legislação europeia, levam a descartar esta opção de tratamento. Neste contexto, ApiLyse tem como objectivo demonstrar que produtos derivados de bacteriófagos (fagos) são ferramentas antimicrobianas naturais, eficientes no controlo da LA. Os fagos são ubíquos na natureza, não tóxicos para animais, plantas ou humanos. Eles reconhecem especificamente o hospedeiro que infectam multiplicando-se no seu interior. No fim do ciclo lítico, produzem enzimas (lisinas) que quebram a parede celular do hospedeiro, para que se libertem novos fagos, que iniciarão novos ciclos de infecção. Embora o uso de endolisinas esteja altamente explorado para bactérias gram-positivas, esta abordagem na apicultura é verdadeiramente inovadora. ApiLyse tem como objetivo fazer avançar o estado da arte de fagoterapia em apicultura, demonstrando a eficácia de fagos e endolisinas no controlo de P. larvae em larvas de abelhas. (...)