2024

Estética e Sistemas de Representação

Nome: Estética e Sistemas de Representação
Cód.: FIL12722L
6 ECTS
Duração: 15 semanas/156 horas
Área Científica: Filosofia

Língua(s) de lecionação: Português
Língua(s) de apoio tutorial: Português
Regime de Frequência: Presencial

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Objetivos de Aprendizagem

Conhecimento da inserção sistémica das etapas do pensamento estético e dos sucessivos paradigmas
artísticos na profundidade histórica dos campos epistémicos e culturais, e nas dinâmicas evolutivas dos
contextos filosóficos, societais e tecnocientíficos que integram o arco temporal da idade moderna à
contemporânea.
Compreensão da conexão profunda entre as problemáticas estético-artísticas e os sistemas de mundividência
que configuram o horizonte histórico-existencial, na complexidade de uma linha cumulativa que parte do
primado antropocêntrico do sujeito representacionista moderno, atravessa as crises fenomenológica e dialética
dessa centralidade fundacionalista, e culmina na atual vertigem pós-humana e pós-real.
Aptidão para reconhecer, nas variadas mostras artísticas no quadro do panorama criativo contemporâneo, a
acumulação histórica desses grandes modelos estético-epistemológicos de inteligibilidade como um campo de
forças em ação.
Competência para gerir o seu agenciamento público.

Conteúdos Programáticos

1 Estética do objeto: sob o paradigma moderno da representação
1.1 o ocularcentrismo da Galáxia Guttenberg (Mcluhan), ’a perspetiva como «forma simbólica»‘, a ‘visão de
sobrevoo‘ cartesiana e ’o tempo da imagem do mundo‘ tecnocientífica (Heidegger)
1.2 o juízo estético kantiano como condição operatória da representação da realidade
2 Estética da imersão: o paradigma fenomenológico do ser-no-mundo
2.1 o ‘primado da perceção‘...e da pintura (Merleau-Ponty)
2.2 a imagem-sensação e o plano de imanência deleuziano
2.3 a ‘imagem-nua‘: a revisão da arte e da estética contemporâneas em José Gil
3 Estética negativa: a função crítico-histórica da arte no paradigma dialético
3.1 nominalismo e enigma: de Malraux a Adorno
3.2 o mito órfico e os avatares do negativo na história do belo
4 Estética interativa e dialógica: o paradigma cibernético do pós-humano
4.1 Kac, bio-artista do processualismo coevolutivo: a superação de uma ontologia da identidade e das essências
4.2 Estéticas digitais e imateriais

Métodos de Ensino

Exposição teórica fortemente esquematizada e apoiada em materiais visuais e audiovisuais, complementada por
análise e reflexão crítica de leituras que os alunos deverão realizar previamente (TP). Estudos de campo no
mundo dos eventos artísticos, que permitam ao aluno reconhecer os aparelhos teóricos e conceptuais
assimilados, e aplicá-los junto das práticas e da produção artística reais, nomeadamente produzindo
memorandos e folhas de sala capazes de refletir sobre os sistemas de referenciais estéticos encontrados em
jogo em cada caso (TC).
No modelo de avaliação contínua, serão realizados dois testes escritos incidindo sobre os conteúdos teóricos,
referentes à componente TP (75%), e dois memorandos ou folhas de sala resultantes de um trabalho coletivo
acompanhado e debatido, referentes à componente TC (25%).
Em alternativa, é oferecida uma prova de exame final (100%).

Bibliografia

ADORNO, Theodor (1982). Teoria Estética. Lisboa: Edições 70
CACHOPO, João Pedro (2013) Verdade e Enigma. Ensaio sobre o pensamento estético de
Adorno. : Vendaval
GIANNETTI, Claudia (2006). Estética Digital. Sintopia da Arte, da Ciência e da Tecnologia.
Lisboa: Vega
GIL, José (1996). A imagem-nua e as pequenas perceções. Lisboa:Relógio D’Água
DELEUZE, Gilles (2005). Francis Bacon: The Logic of Sensation. London: Continuum
HEIDEGGER, Martin (2002). Caminhos de Floresta. Lisboa:Gulbenkian
KAC, Eduardo (2009), Telepresence and Bio Art. Ann Arbor: University of Michigan Press
KANT, Immanuel (1992). Crítica da faculdade do juízo. Lisboa: Imprensa Nacional
MALRAUX, André (1965). Le musée imaginaire. Paris:Gallimard
MERLEAU-PONTY, Maurice (2015). O olho e o espírito.Lisboa: Vega
“(2003). O visível e o invisível. São Paulo: Perspetiva
PANOFSKY, Erwin (1999).La perspectiva como «forma simbólica». Barcelona: Tusquets
SYLVESTER, David (1980).Interviews with Francis Bacon. London: Thames and Hudson