2025

Sociologia do Património Cultural

Nome: Sociologia do Património Cultural
Cód.: SOC02428L
6 ECTS
Duração: 15 semanas/156 horas
Área Científica: Sociologia

Língua(s) de lecionação: Português
Língua(s) de apoio tutorial: Português
Regime de Frequência: Presencial

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Objetivos de Aprendizagem

1. Compreender e analisar os principais eixos teóricos estruturadores do campo da Sociologia do Património; 2. Aplicar os conceitos adquiridos/apreendidos à análise dos fenómenos sócio-económicos da sociedade contemporânea numa perspectiva patrimonial;
3. Relacionar a complexidade dos mundos da cultura e do Património com as principais tendências da modernidade tardia e da pós- modernidade»; 4. Assegurar a aquisição, por parte dos alunos, da generalidade dos conhecimentos expostos em aula e presentes no programa da disciplina.
COMPETÊNCIAS
1. Competência de leitura e entendimento adequados às unidades temáticas expostas no programa e apresentadas/desenvolvidas pelo docente.
2. Integração dos quadros teóricos abordados na sua aplicação empírica; 3. Capacidade de pesquisa teórica complementar à pesquisa prática científica área;
4. Capacidade e pertinência de articulação entre os diferentes conteúdos e os vários conceitos; 
5. Capacidade de síntese da generalidade das matérias ministradas;  6. Capacidade de capitalização de bibliografia.

Conteúdos Programáticos

I ? Questões metodológicas e conceptuais 1.     Introdução;  1.1   Localização da pesquisa ? Instrumentalidade e redução;1.2   Unidade e multiplicidade das vias de progressão; 2.     O interesse da ciência e a transdisciplinaridade dos campos;        3.     Transversalidade e processos de navegação;3.1   Ecletismo e perspectivas; 4.    A abordagem comunicacional;4.1              Que "Comunicação"?;   4.2   Esboço de um modelo comunicacional;4.3   Relação e revelação: o contraste e a especificidade do objecto;        5.     Uma noção multidimensional de «experiência»;        6.     Uma noção de Campo Social ? para uma observação operacional;    II ?  Rastreio e problematização do património, experiência patrimonial e imaginário simbólico; 1.     Introdução ? objectivos deste capítulo; 2.     Possibilidades de construção de uma cartografia das enunciações envolvendo o património e suas "formas de expressão";2.1.1 Génese etimológica e percursos da expressão património;2.1.2 A noção de propriedade; vizinhanças;        3.     As definições de "património", começando pelas mais estabilizadas;3.1   A urgência de problematizar a questão patrimonial ? modos de questionamento;3.2   A produção do juízo como primeiro elemento questionável;        4.     Sobre o inventário, as modalidades e campos de inventariação;4.1   Casos concretos de experiências diferentes: os patrimónios da Igreja Espanhola e Portuguesa; 5.     Experiência patrimonial ? imaginário e objectos simbólicos;5.1   O Imaginário Simbólico;5.2   A Dinâmica Simbólica na estática geral ? funções de estabilização;      III ? Modernidade e condições de emergência da Experiência Patrimonial 1.     Introdução.  2.     Onde estamos; as temporalidades da relação;2.1   A extensão dos presentes e o que daqui se vê; 3.     Experiência e Modernidade ? da experiência indivisa à sua fragmentação;3.1   Fixar o devir; as estratégias da estabilização;3.2   A racionalização da experiência: Max Weber e o desencantamento do mundo; 4.     A estetização da Experiência;4.1   A dimensão afectiva;4.2   A insondável imagem emotiva;4.3   Do espaço envolvente e vivido; caracterizações da experiência específica; 5.     Formas específicas de racionalização e estabilização ? as funções técnica e jurídica;5.1   A Formação da Experiência Patrimonial como uma forma de Estabilização;         6.     A fundamentação positiva do campo do Património pelo Direito;6.1   O que se passou em Portugal6.2   O Direito positivo aplicado ao património;6.2.1 Práticas de classificação; 7.     Modos de agenciamento e emergência das         instituições administradoras do património;7.1   A Museologização e a exorbitação arquivista ?        Museus, museologia e museologização social7.2   O Lugar do Arquivo;7.3   A institucionalização da experiência patrimonial; a rede positiva;7.4   Um caso paradigmático ? o arquivo de filmes e os museus de cinema; 8.     A Constituição de um imaginário positivo;8.1   A produção de um agente ideal ? "a defesa do património" e a sua ideologia; 9.     Património e ecologia; novos signos e totalidades;        narrativas e manifestações totais/absolutas, arche e telos ao mesmo tempo.     IV ? As formas de mediação entre esferas de acção social  1.     Introdução2.     Noção da presença do medium e necessidade de observação da sua performance;2.1   A Razão Mediática; processos e formas de mediação geral;2.2   A Razão Mediática ? o medium linguagem;2.2.1. Os media de difusão;2.3   Operacionalidades diferentes, processos diferentes, diferentes formas de mediação; 3.     O modelo mediático da acção patrimonial;3.1   A lógica de operação do modelo patrimonial;3.2   Origem das tensões entre a lógica do modelo patrimonial e o          contexto das outras lógicas; 4.     Tensão entre esferas ? a dominância da esfera económica e a eficiência da mediática;      V ? Formas de valoração e conversão de bens patrimoniais; 1.     Introdução 2.     A metáfora da cultura, suporte para a reificação dos produtos culturais em bens patrimoniais ? observação do suporte analógico da cultura; 2.1   A tragédia da Cultura e a autonomia do produzido. A visão pessimista da Cultura; 3.     O mercado do consumo cultural ? uma forma de mediação dominante;  3.1   Mercadologias ? A racionalização mediática do consumo;3.2   Modos de Distribuição e Acesso ? Condicionamentos;3.3   A Morfologia espectacular da mediação pelo consumo ? a   evolução/deslize para o novo modelo da    visibilidade; 4.     Precisão da noção de «valor» e esboço de uma tipologia dos           processos de emergência do «valor»; ? uma         noção de «valor» mais abrangente;4.1. A «colecção» como operador de valoração;4.2   O auxílio das estratégias reificantes; 5.     O dinheiro como medium axiologizante;5.1   O dinheiro como mediação pelo consenso à priori acerca das pautas de transacção;    6.     Para uma tipologia  axial das formas de valoração;6.1   A emergência de formas de conversão de bens-de-valor. A     operacionalidade da conversão entre campos; 7.     A produção do «valor» na reconstrução racional do discurso patrimonial;7.1   A génese do valor a partir das relações do campo patrimonial, com o auxílio da reificação das representações;7.2   As formas de conversão patrimoniais e o rendimento simbólico;7.3   A Produção de aura e fascínio simbólico; 8.     Constelação dos valores polarizados;8.1   A fragilidade do bem como fundamentação do valor e da protecção da memória: o eixo da   preservação/não- preservação;8.2   O eixo do valor-de-antiguidade;8.3   O eixo do valor-de-culto ? a mimese da reverência;8.4   O eixo do valor-de-presença; o estar-ali;8.4.1. A presença da imagem; o caso exemplar da fotografia, no trabalho de Bazin;    VI - Novas Tecnologias e Modelo Alternativo 1.      Introdução2.      Tratar a matéria e o corpo do monumento? Conservação, restauro e reconstrução.3.      A Emergência de novos dispositivos e alteração das formas de manifestação; 3.1    Observação de Casos Nacionais3.2    As novas tecnologias e o novo contexto tecnológico;4.      O vector do desenvolvimento tecnológico e as incompatibilidades com a ratio moderna ; a luta entre           arche e telos ? os paradoxos emergentes;4.1    A monumentalidade esfumada; 5.      Atenção ao novo modelo de sujeito;6.      Culturas e esbatimentos;7.      Preâmbulo de um tempo de crise;8.      Hipótese de construção de um modelo alternativo.

Métodos de Ensino

Calendarização de tarefas de aprendizagem; apresentação dos auxiliares didácticos; exposição dos tópicos mais problemáticos; Debate e esclarecimento de dúvidas; acompanhamento da integração de matérias e preparação para as avaliações.

Avaliação

Avaliação Continua: pressupõe a realização de duas provas de Frequência (50%+50%) e a participação global no processo de ensino aprendizagem. Pressuposto de Avaliação contínua: Assiduidade às aulas, na percentagem expressa no Regulamento da Universidade de Évora.
Avaliação por exame final: uma exame final (100%)

Bibliografia

ABREU, Regina; CHAGAS, Mário (orgs.). Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. RJ, DP&A, 2003.
BABELON, J.P., Chastel, A. 1994:
Babelon, J.P., Chastel, A. - La notion de patrimoine. Paris, Liana Levi, 1994.141 p.
BURKE, Peter. O que é História Cultural. 2 Ed., Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2008.
ESPERANÇA, E. Património, Políticas e práticas culturais, ed. VEJA, Lisboa 1997
Outras referências bibliográficas poderão ser sugeridas no decorrer do semestre.
Nora, P. 1997: Nora, P. dir. - Les lieux de mémoire 1. Paris, Gallimard, 1997.4751 p., 1.Nora, P. 1997:
Nora, P. dir. - Les lieux de mémoire 2. Paris, Gallimard, 1997.4751 p., 2.
Nora, P. 1997: Nora, P. dir. - Les lieux de mémoire 3. Paris, Gallimard, 1997.7451 p., 1.
Ema Pires e Mafalda Salgueiro, «Coisas engalanadas, pessoas e processos turísticos: uma revisitação etnográfica de Flor da Rosa (Sul de Portugal)», Etnográfica [Online], vol. 25 (1) | 2021, posto online no dia 05 março 2021, consultado o 30 outubro 2025.