Fenomenologia e Neokantismo
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Objetivos de Aprendizagem
1) adquirir informação básica acerca de duas correntes fundamentais da filosofia contemporânea, no que as aparenta e diferencia;
2) identificar algumas das questões e metodologia fundamentais que as caracterizam as características do olhar contemporâneo;
3) exercitar o conhecimento adquirido na análise de um problema de pelo menos uma das perspectivas;
4) apresentar e discutir criticamente as suas leituras.
Conteúdos Programáticos
- 1. Fenomenologia e Neokantismo como movimentos filosóficos: proximidade e distância
1) A filosofia na segunda metade do século XIX como reacção ao hegelianismo. As diferentes correntes.
2) O primado da positividade dos factos e da ciência.
3) A procura do rigor científico e a questão da metodologia
4) O «retorno a Kant» e o «retorno a Aristóteles»: paralelismos.
5) O outro retorno: «às coisas elas mesmas», lema da Fenomenologia
- 2. Introdução à Filosofia neokantiana.
1) A refundação duma filosofia científica e coerente com o estado de desenvolvimento das ciências. O lema «Voltar a Kant!».
2) O renascimento dos estudos kantianos: as edições de Kant, a fundação dos Kant-Studien (1896) e da Kant-Gesellschaft (1904)
3) As duas Escolas neokantianas e os seus principais representantes: a atenção à Filosofia do Conhecimento em Marburg; a investigação dos valores e da cultura em Baden. Via comun: o acesso cognitivo.
4) Proximidade da Hermenêutica (Dilthey e Windelbandt) e da Fenomenologia (luta contra o psicologismo e o antropologismo).
5) A originalidade de alguns trajectos: a Filosofia das Formas Simbólicas (Cassirer); a leitura da Teoria das Ideias platónica à luz do apriorismo kantiano (Natorp); a fecundidade da perspectiva do «como se» (Vaihinger) e a sua aplicação ao Direito (Kelsen).
- 3. Introdução à Fenomenologia: (1) Husserl.
1) A síntese de realismo e positividade no primeiro Husserl.
2) A recusa do contexto, da história.
3) o método fenomenológico e a redução
4) A correlação noético-noemática
5) O logicismo e anti-psicologismo nas Investigações Lógicas (1900)
6) A evolução da Fenomenologia para posições mais próximas do Idealismo neokantiano: as Ideias (1913)
- 4. Introdução à Fenomenologia: (2) O desvio heideggeriano e as suas consequências.
1) A correlação ser-aí e a questão do tempo
2) Os 3 momentos da história da fenomenologia, sg. Heidegger: a descoberta da intencionalidade (Brentano); a intuição categorial (Husserl) e o sentido originário do a priori (Heidegger).
3) A fenomenologia como método da Ontologia, enquanto ciência do ser e para além de toda a mundividência.
4) Os 3 momentos da metodologia fenomenológica, sg. Heidegger: redução, construção, des(con)strução. Contraste com Husserl: a modificação do sentido e direcção da «redução». A necessidade da desconstrução da história da ontologia e a «segunda metade» de Ser e Tempo.
- 5. Abordagem fenomenológica dum conceito: o que é o mundo?
1) As 3 teses reitoras em Heidegger, Os Conceitos fundamentais da metafísica (1929): a pedra é sem mundo, o animal é pobre de mundo, o homem é formador de mundo.
2) A perspectiva crítica de Agamben (O Aberto) acerca da tese heideggeriana da «pobreza de mundo».
Métodos de Ensino
A avaliação contínua basear-se-á em:
1) assiduidade - no mínimo de 75% das sessões presenciais - e participação activa (20%);
2) cada estudante terá derealizar pelo menos uma apresentação oral sobre um texto ou um tema, ou um relatório duma aula (30%);
3) no final do semestre, deverá entregar um ensaio de c. 10 pp. relativo a um dos módulos lecionados ou das conferências integradas (50%).
Em casos excepcionais, a avaliação poderá ser realizada mediante uma prova escrita de exame final.
Bibliografia
Agamben, Giorgio (2002): O Aberto. Lisboa, Ed. 70.
Heidegger, Martin (2003): Os Conceitos fundamentais da metafísica. Mundo, finitude, solidão. (1929), Rio de Janeiro, Forense,
Feron, Olivier (2010): Figuras da Racionalidade. neokantismo e Fenomenologia. Lisboa, C.F.U.L.
Market, Oswaldo (2011): "A recepção da obra de Kant", in A revolução kantiana e o Idealismo Alemão, Lisboa, C.F.U.L.