2023

A Presença do Feminino na Tradição Filosófica do Ocidente

Nome: A Presença do Feminino na Tradição Filosófica do Ocidente
Cód.: FIL7829M
5 ECTS
Duração: 15 semanas/130 horas
Área Científica: Filosofia

Língua(s) de lecionação: Português
Língua(s) de apoio tutorial: Português

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Objetivos de Aprendizagem

A Presença do Feminino na Tradição Filosófica Ocidental é uma UC semestral, optativa, do 1º ano do Mestrado em Filosofia/Ética, Género e Cidadania, com 5 ECTS, contextualizando-se no quadro de duas finalidades e quatro objectivos.

FINALIDADES

1.      Estabelecimento de um quadro teórico de compreensão do sentido da UC

2.      Definição de percursos pessoais de trabalho

OBJECTIVOS

  • Identificação de conceitos operatórios de base
  • Análise do sentido da relação “Feminino-Filosofia”
  • Perspectiva global sobre a presença do Feminino na História da Filosofia
  • Estudo de algumas filósofas

Conteúdos Programáticos

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS  

INTRODUÇÃO

Conceitos operatórios; Algumas discussões em torno do sentido da temática implicadana UC; Apresentação e discussão da perspectiva metodológica adoptada na UC. 

TEMA1: visão panorâmica sobre a presença das Mulheres na História daFilosofia Ocidental até à Modernidade

1. A passagem do mito ao logos: as perdas para as mulheres e o feminino; a pesadaherança grega; as ambiguidades da cultura e da filosofia Grega: uma tentativa de interpretação. Algumas figuras relevantes da Antiguidade: Aspásia, Safo, Hipátia.

2.  A situação polivalente das mulheres na Idade Média: a ambiguidade dos conventos. A figura marcante de Hildegarda de Bingen. O tema  das      Beguinas.                   

3. Em torno da emergência da Idade Moderna: Christine de Pizan, Sta Teresa d’Ávila e Mary Astell.

 TEMA2: A Idade Moderna e a dimensão pública do debate pela cidadania no feminino

1. O significado filosófico da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, de Olympe de  Gouges 

 2. O pensamento político-educativo de Mary Wollstonecraft

 TEMA3: As grandes mudanças paradigmáticas da segunda metade doséculo XX e a afirmação sistemática das mulheres no espaço público e no debate teórico

 1. As críticas feministas à razão moderna e ao paradigma científico clássico

2. O sentido fundador da obra de Simone Beauvoir, O segundo sexo.

 3. Os debates teóricos no seio dos movimentos feministas – análise da posição de Luce Irigaray4. Identificação de grandes nomes de filósofas contemporâneas e apreciação global dos seus campos de intervenção teórica.       

Métodos de Ensino

Tratando‑se de uma UC de Mestrado, parece legítimo apontar para a prática de processos metodológicos que mobilizem as pessoas que se encontram na situação de aprendentes. Assim, independentemente de se considerar a informação e o saber como recursos fundamentais de compreensão das situações e, por isso, se valorize a aquisição de saberes novos:
·         por um lado, privilegiar‑se‑ão técnicas heurísticas, pela criação  de situações que, por serem aporéticas, obrigarão ao desenvolvimento de atitudes de questionamento, definição de problemas e investigação de soluções. Ou seja, a metodologia a desenvolver na disciplina terá por base a investigação e a análise das problemáticas e das respectivas soluções disponíveis, bem como a reflexão crítica sobre elas.
·         por outro,  toda a prática metodológica procurará facilitar no grupo a criação de um projecto próprio de trabalho  que, embora definido no interior da temática da disciplina, possa enquadrar os interesses de cada pessoa, no sentido de lhe possibilitar traçar o seu percurso peculiar.
O modelo das sessões presenciais será, basicamente, o de uma sessão de trabalho sobre documentação diversa, onde a exposição da informação terá como quadro prévio a análise de situações e a discussão de perspectivas teóricas enquadradoras, tendo, por isso, carácter de sistematização e de fundamentação.

Bibliografia

BIBLIOGRAFIASerão indicadas, apenas, obras gerais. A bibliografia específica será sempre fornecida por ocasião do desenvolvimento de cada tema ·                   AAVV,  (1994). Versão portuguesa: Mulher, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Lisboa, Piaget, 2000.·                   AGACINSKI, Sylvanne, La Politique des Sexes, Paris, Seuil, 1998.·                   AMÂNCIO, Lígia, Masculino e feminino. A construção social da diferença, Porto, Afrontamento, 1994.·         AMORÓS, CÉLIA, Tiempo de feminismo, Madrid, Cátedra, 1997.·                   BADINTER, Elisabeth, XY, De l ’identité masculine, Paris, Odile Jacob, 1992.·                   BADINTER, Elisabeth, Fausse route, Paris, Odile Jacob, 2003.·         BEAUVOIR, Simone, Le deuxième sexe, Paris, Gallimard, 1976, 2vs. ·         BELTRÁN, Elena e MAQUIEIRA, Virginia (eds), Feminismos – Debates Teóricos, Madrid, Alianza Editorial, 2001.·         BENHABIB, Seyla e CORNELL, Drucilla (eds.), (1986). Versão castelhana: Teoria Feminista y Teoría Crítica, Valência, Edicions Alfons el Magnànim, 1990.·                   BUTLER, Judith, Gender Trouble. Feminism and the subversion of Identity, London, Routledge, 1990.·                   CLÉMENT, Catherine et KRISTEVA, Julia, Le Féminin et le Sacré, Paris, Stock, 1998.·                   CAMPS, Victoria, El Siglo de las Mujeres, Madrid, Ediciones Cátedra, 1998.·         COBO, Rosa, Fundamentos del pratriarcado moderno, Madrid, Cátedra, 1995.·                   DUBY, Georges e PERROT Michelle (dir.), (1990-91). Versão portuguesa: História das Mulheres no Ocidente, Porto, Afrontamento, 1993-95, 5 vs.·                   DURAN, Jane, Towards a Feminist Epistemology, Savage, MD, Rowman & Littlefield, 1991.·                   FALUDI, Susan, Backlash: The undeclared war against american women, New York, Anchor Book, 1991.·                   FERREIRA, Mº Luísa Ribeiro (coord.), Pensar no feminino, Lisboa, Colibri, 2001. ·         FERREIRA, Mº Luísa Ribeiro (coord.), Também há mulheres filósofas, Lisboa, Caminho, 2001. ·         FRAISSE, Geneviève,(1989). Versão castelhana: Musa de la Razón, Madrid, Cátedra, 1991.  ·         FRAISSE, Geneviève, Les controverses des sexes, Paris, PUF, 2001.·         GILLIGAN, Carol, In a Different Voice. Psychological Theory and Women’s Development, Cambridge-Massachusetts, Harvard University Press, 1983.·         GREEN, Karen, The Woman of Reason. Feminism, Humanism and Political Thought, Cambridge, Polity Press, 1984.·         GRIFFIN, Susan, Woman and Nature, New York, Harper and Row, 1978.·         GROULT, Benoîte, Cette male assurance, Paris, Albin Michelle, 1993.·         HECKMAN, Susan, Gender and Knowledge. Elements on a Postmodern Feminism, Cambridge, Polity Press, 1995.·         HENRIQUES, Fernanda, “As teias da razão: a racionalidade hermenêutica e o feminismo”, in Mª Luísa R. Ferreira (org.) As Teias que as Mulheres tecem, Lisboa, Colibri, 2003, pp. 133-144.·         HENRIQUES, Fernanda, “Concepções filosóficas e representações do feminino – Subsídios para uma hermenêutica crítica da tradição filosófica”, Revista Crítica de Ciências Sociais, nº89(2010), pp. 11-28.·                   IRIGARAY, Luce, Speculum, de l ’autre femme, Paris, Minuit, 1974.·                   IRIGARAY, Luce, Ce sexe qui n’en est pas un, Paris, Minuit, 1977.·                   IRIGARAY, Luce, Je, tu, nous, Pour une culture de la différence, Paris, Grasset, 1990.·         JOAQUIM, Teresa, Menina e Moça, Construção social da Feminilidade, Lisboa, Fim de Século, 1997.·         JOAQUIM, Teresa, “A (im)possibilidade de se ser filósofa”, in Mª Luísa R. Ferreira (org.)Também há mulheres filósofas, Lisboa, Caminho, 2001, pp. 17-40.·                   LANGER, Susanne, MInd. An Essay on human feeling, The John Hopkins University Press, 1967, 3vs. ·         LAQUER, Thomas, Making Sexe. Body and Gender from the Greks to Freud, Harvard University Press, 1992.·         LE DOEUFF, Michèle, L ‘Étude et le rouet. Des femmes, de la philosophie, etc. Versão castelhana: El estudio y la rueca, De las mujeres, de la filosofía, etc., Madrid, Cátedra, 1993.  ·         LLOYD, Genevieve, The man of reason, “male” and “female” in  Western Philosophy, London, Routledge, 1993. ·         MACEDO, Ana Gabriela (org.), Género, Identidade e Desejo, Lisboa, Cotovia, 2002.·         MARTINO, Giulio de e BRUZZESE, Marina, (1994). Versão castelhana: Las filósofas, Madrid, Cátedra, 1996.·         MOLINA PETIT, Cristina, “Lo femenino como metáfora en la racionalidad postmoderna y su (escasa) utilidad para la Teoría  Feminista”, Isegoría, nº 6, 1992, pp. 129-143.    ·         OKIN, Susan Moller, Women in Western Political Thought, Priceton, Princeton University Press, 1979.·         PÉREZ SEDENHO, Eulalia e ALCALÁ CORTIJO, Paloma (coord), Ciência y Género, Madrid, FF-UC, 2001.·         PINTASILGO, Maria de Lurdes, Os Novos Feminismos, Lisboa, Moraes, 1981. ·         POULIN de la BARRE, De l’ Éducation des Dames (1674). Versão castelhana: De la Educación de las Damas, Madrid, Cátedra, 1993.·         PULEO, Alicia (org.), La ilustración olvidada. La polémica de los sexos en el siglo XVIII, Madrid, Anthopos, 1993.·         PULEO, Alicia, Filosofía, Género y Pensamiento Crítico, Valladolid, Univ. de Valladolid, 2000. ·         RAMALHO, Irene, “Os estudos sobre as mulheres e o saber: onde se conclui que o poético é feminista”, Ex aequo, nº5, 2001, pp. 107-122.·                   RUDDICK, Sarah, Maternal Thinking: Towards a Politics of Peace, Boston, Beacon Press, 1989.·         SILVA, Manuela, A Igualdade de Género. Caminhos e Atalhos para uma Sociedade Inclusiva, Lisboa, CIDM, 1999.·         SILVA, Manuela (coord.), Dizer Deus – Imagens e Linguagens, Lisboa, Gótica, 2003.·                   SILVA, Maria Regina Tavares da, A Mulher. Bibliografia Portuguesa Anotada (Monografias: 1518‑1998), Lisboa, Cosmos, 1999.·                   SILVA, Maria Regina Tavares da, Feminismo em Portugal na voz das mulheres escritoras do início do sec. XX, Lisboa, CIDM, 1992(2ª ed.).·                   TAVARES, Manuela, Movimentos de Mulheres em Portugal. Décadas de 70 e 80, Lisboa, Livros Horizonte, 2000.·         TUANA, Nancy, Woman and the History of Philosophy, New York, Paragon House, 1992.·         TUANA, Nancy, The Misbegotten Man: Scientific, Religious and Philosophical Conceptions of Woman’s Nature, Blooming, Indiana University Press, 1989.·         TUANA, Nancy and TONG, Rosemarie, Feminism and Philosophy: The Essential Readings, Boulder, Westview Press, 1995.·         USHER, Katherine, Half Humankind, Chicago, University of Illinois Press, 1985.   ·         VALCÁRCEL, Amelia, La política de las mujeres, Madrid, Cátedra, 1997. ·                   VICENTE, Ana, Os Poderes das Mulheres. Os Poderes dos Homens, Lisboa, Círculo dos Leitores, 1998. ·         WAITHE, Mary Ellen (ed.), A History of Women Philosophers, Dordrecht, Kluwer Academic Publishers, 1992, ·                   WARNOCK, Mary, Women Philosophers, London, Everyman, 1996. ·         WOLLSTONECRAFT, Mary, (1792). Versão castelhana: Vindicación de los Derechos de la Mujer, Madrid, Cátedra, 1994.