2024

Teoria Geral do Treino Desportivo

Nome: Teoria Geral do Treino Desportivo
Cód.: DES00404L
3 ECTS
Duração: 15 semanas/78 horas
Área Científica: Motricidade Humana

Língua(s) de lecionação: Português
Língua(s) de apoio tutorial: Português

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Objetivos de Aprendizagem

Os objetivos gerais da disciplina são apresentados em três níveis:


-Conhecer e utilizar a terminologia própria do Treino Desportivo;


-Compreender, reflectir e aprofundar sobre os conceitos fundamentais do Treino Desportivo;


-Dominar as metodologias de treino e os instrumentos de avaliação dos processos de treino e competição.


Objetivos específicos:


-Compreender o Treino Desportivo como uma dimensão das Ciências do Desporto;


-Clarificar e caracterizar os conceitos de treino desportivo, preparação desportiva, rendimento desportivo, metodologia de treino;


-Compreender as leis biológicas de adaptação, os princípios metodológicos e os princípios pedagógicos do Treino Desportivo;


-Conhecer os mecanismos da dinâmica carga-adaptação;


-Compreender cada um dos factores de rendimento, dentro da estrutura das diferentes capacidades motoras;


-Conhecer e saber aplicar os principais instrumentos e testes de avaliação das capacidades motoras;


-Dominar as componentes estruturais da carga de treino, operacionalizando sessões para as capacidades motoras específicas de uma dada modalidade;


-Dominar os meios e métodos de treino;


-Compreender os diferentes modelos de periodização do Treino Desportivo, seleccionando o mais adequado em função das características específicas do seu contexto de intervenção;


Identificar as diferenças estruturais e funcionais entre as modalidades individuais e colectivas, adaptando os fundamentos do Treino Desportivo à sua especificidade.

Conteúdos Programáticos

Bloco I – Fundamentos Gerais dos Mecanismos Biológicos de Adaptação


1.1.O Ciclo de Auto-Renovação da Matéria Viva (CARMV)


1.1.1.O trinómio treino-alimentação-repouso


1.1.1.1.A Carga e a Cargabilidade


1.1.1.2.A Natureza da Carga


1.1.1.3.A Grandeza da Carga


1.1.1.4.A Orientação da Carga


1.1.2.A Dinâmica Carga-Adaptação


1.1.2.1.A Fadiga


1.1.2.2.A Recuperação


1.2.As Leis Biológicas


1.2.1.Lei da Sobrecarga


1.2.2.Lei da Especificidade


1.2.3.Lei da Reversibilidade


1.2.4.Lei da Heterocronia


1.3.Os Princípios Metodológicos


1.3.1.Princípio da Relação Óptima entre o Exercício e o Repouso


1.3.1.1.A Determinação do Exercício Óptimo


1.3.1.2.A Determinação do Momento Óptimo de Aplicação de um Novo Exercício


1.3.2.Princípio da Continuidade da Aplicação do Exercício de Treino


1.3.3.Princípio da Progressividade do Exercício de Treino


1.3.4.Princípio da Ciclicidade do Exercício de Treino


1.3.5.Princípio da Individualização do Exercício de Treino


1.3.6.Princípio da Multilateralidade ou Relação Óptima entre a Preparação Geral e Especial


1.3.6.1.A Inseparabilidade da Preparação Geral e da Preparação Especial


1.3.6.2.O Intercondicionalismo do Conteúdo da Preparação Geral e da Preparação Especial


1.3.6.3.A Incompatibilidade da Preparação Geral com a Preparação Especial


1.4.Os Princípios Pedagógicos


1.4.1.Princípio da Actividade Consciente


1.4.2.Princípio da Sistematização


1.4.3.Princípio da Actividade Apreensível


1.4.4.Princípio da Estabilidade e Desenvolvimento das Capacidades do Praticante


Bloco II – Bases Operacionais para a Organização do Processo de Treino


1.5.As Componentes Estruturais da Carga de Treino


1.5.1.No plano fisiológico


1.5.1.1.O Volume


1.5.1.2.A Intensidade


1.5.1.2.1.As relações volume-intensidade


1.5.1.3.A Duração


1.5.1.4.A Densidade


1.5.1.5.A Frequência


1.5.1.5.1.A Frequência do Treino


1.6.Os Métodos de Treino


1.6.1.Método da Duração


1.6.2.Método dos Intervalos Extensivo


1.6.3.Método dos Intervalos Intensivo


1.6.4.Método da Repetição


1.6.5.Método da Competição ou do Controlo


1.7.Os Meios de Treino


1.7.1.Os meios de preparação geral


1.7.2.Os meios de preparação específica


Bloco III – As Capacidades Motoras


1.8.As Capacidades Coordenativas


1.8.1.Bases anatomo-fisiológicas do sistema nervoso


1.8.2.Teoria das Fases Sensíveis


1.8.3.A Rede Neuronal – Estimulação versus Especialização


1.8.4.Fases Sensíveis para o desenvolvimento das Capacidades Motoras


1.9.As Capacidades Condicionais


1.9.1.Resistência


1.9.1.2.Objectivos


1.9.1.3.Formas de Manifestação


1.9.1.3.1.Quanto à participação do Sistema Muscular


1.9.1.3.2.Quanto ao regime de Contracção Muscular


1.9.1.3.3.Quanto à solicitação Metabólica


1.9.1.3.4.Tendo como referência a Situação de Competição


1.9.1.4.Métodos de Treino da Resistência


1.9.1.4.1.Contínuos


1.9.1.4.2.Por Intervalos


1.9.1.4.3.Os métodos intervalados versus métodos contínuos


1.9.2.Força


1.9.2.2.Factores que influenciam a capacidade de produção da força


1.9.2.2.1.Factores Nervosos


1.9.2.1.1.1.O recrutamento das Unidades Motoras


1.9.2.1.1.2.A sincronização das Unidades Motoras


1.9.2.1.1.3.A coordenação intra e intermuscular


1.9.2.1.2.Factores Musculares/Estruturais


1.9.2.1.2.1.A área de secção transversal


1.9.2.1.2.2.Tipos de fibras musculares


1.9.2.1.3.Factores Biomecânicos


1.9.2.1.3.1.A alavanca muscular


1.9.2.1.3.2.A alavanca da resistência exterior


1.9.2.1.4.Factores Elásticos/Reflexos


1.9.2.1.4.1.O aumento dos sarcómeros em série


1.9.2.1.4.2.O reflexo miotático


1.9.2.1.4.3.A elasticidade muscular


1.9.2.2.Tipos de contracção muscular


1.9.2.2.1.Concêntrica


1.9.2.2.2.Excêntrica


1.9.2.2.3.Isométrica


1.9.2.2.4.Pliométrica


1.9.2.3.Análise Estrutural das formas de manifestação da Força


1.9.2.3.1.A Força Máxima


1.9.2.3.2.A Força Rápida


1.9.2.3.3.A Força de Resistência


1.9.2.4.Classificação dos Métodos de Treino da Força


1.9.2.4.1.Métodos da Hipertrofia Muscular


1.9.2.4.2.Métodos da Taxa de Produção de Força


1.9.2.4.3.Métodos Reactivos


1.10.As Capacidades Coordenativo-Condicionais


1.10.2.A Velocidade


1.10.2.1.Considerações Gerais


1.10.2.2.Objectivos


1.10.2.3.Fundamentos Bio-fisiológicos da Velocidade


1.10.2.4.Formas de Manifestação da Velocidade


1.10.2.5.O Tempo de Reacção


1.10.2.5.1.Tempo de Reacção Simples


1.10.2.5.2.Tempo de Reacção Complexo


1.10.2.6.A Velocidade Máxima Acíclica (execução)


1.10.2.7.A Velocidade Máxima Cíclica (deslocamento)


1.10.2.8.O Treino do Tempo de Reacção


1.10.2.9.O Treino da Velocidade Máxima Acíclica e Cíclica


1.10.2.10.Métodos de Treino da Velocidade


1.10.2.11.O Treino da Velocidade com Crianças e Jovens


1.10.2.11.1.No período pré-pubertário


1.10.2.11.2.No período pós-pubertário


1.10.2.12.O Treino da Velocidade em Planeamentos a Curto Prazo


1.10.2.13.Análise Cinemática de Performances de Velocidade


1.10.3.A Flexibilidade


1.10.3.1.Conceitos e definições


1.10.3.2.Tipos ou manifestações de Flexibilidade


1.10.3.3.Factores condicionantes da Flexibilidade


1.10.3.4.Métodos de treino da Flexibilidade


1.10.3.5.Vantagens de uma boa Flexibilidade


1.10.3.6.Princípios metodológicos do treino de Flexibilidade


Bloco IV – Planeamento e Periodização do Treino Desportivo


1.11.As fases, os períodos e os ciclos de treino


1.12.A periodização no treino desportivo


1.12.2.Diferentes modelos de periodização do treino


1.12.2.1.O modelo proposto por Matveiev


1.12.2.2.O modelo pendular


1.12.2.3.O modelo por “saltos”


1.12.2.4.O modelo por “blocos”


1.12.2.5.O modelo proposto por Tschiene


1.12.2.6.O modelo proposto por Bondartchouk


1.13.A Operacionalização do treino desportivo


1.13.2.Os “picos” de forma


1.13.3.O modelo de alta forma desportiva


1.13.4.Os patamares de rendimento


1.14.Modelação do Esforço em Modalidades Individuais/Cíclicas


1.15.Modelação do Esforço em Desportos Colectivos


Bloco V – A Variabilidade nos Processos de Preparação Desportiva


1.16.O “ruído” e a variabilidade do movimento na Teoria da Informação


1.17.A coordenação e controlo do movimento


1.17.2.O problema de Bernstein e o controlo dos graus de liberdade


1.17.3.O Movimento Humano como sistema dinâmico


1.17.4.O papel funcional da Variabilidade


1.18.A Variabilidade como característica do movimento dos peritos


1.18.2.Análise de estudos no contexto do treino desportivo


1.19.O treino diferencial (Schollhorn, 1999)


1.19.2.Princípios metodológicos do treino diferencial


Bloco VI – O Treino da Tomada de Decisão no Desporto


1.20.A abordagem cognitiva da tomada de decisão


1.20.2.Comparação entre peritos e principiantes


1.21.Introdução à abordagem ecológica da tomada de decisão


1.21.2.A tomada de decisão como processo emergente da interacção com o envolvimento


1.21.3.O contributo da Psicologia Ecológica: Explorar a informação contextual


1.21.3.1.A Afinação às variáveis perceptivas pertinentes


1.21.3.2.A Calibração do Movimento


1.21.4.O atleta e o contexto de jogo formam um sistema dinâmico


1.21.5.Manipulando constrangimentos para o treino da tomada de decisão no desporto


1.21.5.1.Exemplos práticos e aplicações no treino.


1.21.6.A interacção indivíduo-ambiente como um sistema dinâmico


1.21.7.A Representatividade das Tarefas de Treino


1.21.7.1.Exemplos práticos e aplicações no treino.


Bloco VII – Preparação Desportiva de Crianças e Jovens


1.22.O perfil do Treinador de Jovens


1.23.A Comunicação entre o Treinador e os Pais


1.24.As prioridades no treino dos mais jovens


1.24.2.O treino coordenativo


1.24.3.O treino da tomada de decisão


1.24.4.A qualificação do treino de velocidade


1.25.Princípios metodológicos da preparação desportiva em crianças e jovens


1.26.As etapas da formação desportiva


1.27.A aferição da idade biológica


Orientações para o treino das capacidades motoras 

Métodos de Ensino

A UC de Teoria Geral do Treino Desportivo será organizada em sessões de ensino Teóricas (T). Estão previstas 14 sessões, com a duração de 120 minutos cada.


Durante as sessões será usado maioritariamente o método expositivo e a aprendizagem baseada em problemas, sendo promovida a discussão e o debate sobre os conteúdos teóricos abordados. Serão ainda usadas sessões de pavilhão, onde se pretende abordar os conteúdos teóricos num ambiente de experimentação por parte dos alunos.


Estão ainda previstas sessões de orientação do tipo tutorial, que compreenderão sessões individuais ou coletivas, previamente marcadas com o docente ou durante o horário de atendimento disponibilizado, para esclarecimento de dúvidas relativas aos conteúdos lecionados, orientação do estudo, ou outra necessidade apresentada pelo aluno.

Avaliação

A avaliação, tanto contínua como final, dos alunos nesta unidade curricular está condicionada ao cumprimento de 75% de presenças efetivas nas aulas lecionadas.


Avaliação Contínua


Para que o aluno obtenha aprovação no processo de avaliação contínua deverá cumprir os seguintes requisitos:


-   Obter classificação final igual ou superior a 9,5 valores nas tarefas de avaliação propostas;


-   Realizar todas as tarefas de avaliação propostas;


-   Obter uma classificação parcial igual ou superior a 9,5 valores em todas as tarefas de avaliação propostas;


TAREFAS DE AVALIAÇÃO


São propostas as seguintes tarefas para o processo de avaliação contínua:


1. Frequências - 1ª (40%); 2ª (40%)


Avaliação através de testes escritos sobre os fundamentos teóricos adquiridos.


2. Trabalho Capacidades Motoras (15%)


Em grupos de 4/5 elementos, os alunos deverão desenvolver um trabalho teórico relacionando uma capacidade motora específica com uma modalidade desportiva. O guião com as orientações para este trabalho será apresentado na plataforma Moodle.


3. Trabalhos de Sessão


Em grupos ou Individualmente os alunos deverão cumprir e apresentar as tarefas práticas que forem solicitadas pelos docentes durante as sessão teóricas. Estes trabalhos deverão ser entregues no final da sessão ou até à sessão seguinte, na plataforma Moodle.


Para cumprir com esta tarefa os alunos deverão realizar pelo menos 2/3 dos trabalhos propostos. Apenas os alunos que estejam presentes na sessão podem apresentar o seu trabalho.


Avaliação Final


Caso o aluno não cumpra com alguma das tarefas de avaliação propostas para o processo de avaliação contínua, ficará sujeito ao processo de avaliação final. O acesso à avaliação final é condicionado pela entrega e avaliação positiva do trabalho de grupo sobre as Capacidades Motoras.


O processo de avaliação final de época normal compreende as seguintes tarefas de de avaliação:


1.  Exame Teórico Escrito  (85%)


2. Trabalho Capacidades Motoras (15%)


 


O processo de avaliação final de época de recurso compreende as seguintes tarefas de de avaliação:


1.  Exame Teórico Escrito  (85%)


2. Trabalho Capacidades Motoras (15%)    

Bibliografia

Araújo, D. (2005). O contexto da decisão: A acção táctica no desporto. Lisboa: Visão e Contextos


Bompa, T., Haff, G. (2009). Periodization: theory and methodology of training. Champaign, IL. Human Kinetics.


Castelo, J. (1998). Metodologia do Treino Desportivo. Lisboa: Edições FMH.


Matvéiev, L. (1991). Fundamentos do Treino Desportivo. Lisboa: Livros Horizonte

Equipa Docente (2023/2024 )