Prémio Colégio de Património Arquitectónico para UÉ

A Ordem dos Arquitectos, no âmbito da 1ª edição do “Prémio Colégio de Património Arquitectónico (CPA) - Um serviço prestado ao Património, à Arquitectura e ao País” decidiu atribuir o Prémio CPA à arquitecta Joana Saque aluna do Mestrado da Universidade de Évora pelo trabalho “A Quinta da Cardiga: Aproximação à sua Arquitectura, Paisagem e Território”, sob orientação dos Professores João Favila (Atelier Bugio), Aurora Carapinha e Jorge Rivera, professores e investigadores da Universidade de Évora.

O júri considerou a dissertação da estudante da UÉ “excepcional, fundamentada numa extraordinária quantidade de informação e exemplarmente formulada” entre os 63 trabalhos que preencheram os requisitos regulamentares e foram considerados admissíveis, “apesar de alguma heterogeneidade e da natureza diversa dos exercícios académicos” sublinhou.

Segundo nota do júri, “A Quinta da Cardiga: Aproximação à sua Arquitectura, Paisagem e Território destaca-se dos demais pela sua abordagem integrada e interdisciplinar, revelando um grau de investigação e inovação relativamente ao registo e documentação do existente. Em relação ao objecto de estudo, uma casa rural nobre do século XVI na Golegã, a ideia de preservação não se cinge ao edificado; apresenta uma leitura profunda do território e da paisagem e propõe uma estratégia de intervenção holística. Tese muito bem escrita e de forma apaixonada, excepcionalmente bem estruturada”.

A estudante da UÉ refere na sua tese que “ao longo de oito séculos a Quinta da Cardiga, implantada na margem norte do Rio Tejo, perseverou nos solos férteis da lezíria ribatejana, até encontrar, a partir de 1970, o seu grande momento de crise, um impasse que tem conduzido ao declínio do seu património edificado”. Desta forma “as transformações tecnológicas e económicas resultaram na mudança de paradigma do sustento das quintas de produção agrícola no Ribatejo, desvirtuando conjuntos que se assumiam pela multiplicidade de recursos”. Neste lugar, fora as policulturas a dar lugar a monoculturas intensivas de regadio “que deterioram e empobrecem a paisagem, ignorando as alterações climáticas em curso”.

Assim, a estudante de Mestrado da UÉ, partindo da investigação multidisciplinar do edificado e paisagem desta Quinta propôs “uma estratégia de revitalização assentando a proposta na reposição da continuidade dos sistemas culturais e naturais, como forma de salvaguardar este património, assegurar o seu futuro e idealmente recuperar uma forma de habitar o meio rural em que as funções agrícolas se articulem com novos espaços de recreio. 

Publicado em 27.05.2022