Laboratório sino-português dedicado ao património cultural na Universidade de Évora

A Universidade de Évora (UÉ) é a única entidade europeia envolvida no CP-LCHCS (China-Portugal Joint Laboratory of Cultural Heritage Conservation Science), um laboratório colaborativo de investigação para a conservação do património em parceria com a Universidade da Cidade de Macau e a Universidade de Soochow, no leste da China.

Lançado no dia 18 de novembro este laboratório tem com principal missão desenvolver metodologias de investigação essenciais para, de forma inovadora e tecnológica, abordar e dar resposta aos maiores desafios científicos da conservação patrimonial e do seu desenvolvimento sustentável, apostando em áreas como a investigação de materiais históricos, de novas tecnologias digitais de investigação ou de novos métodos de conservação preventiva e sistemas de manutenção.

Financiado pela iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota” (Belt and Road Initiative), o CP-LCHCS é um dos mais recentes projetos de Cooperação Estratégica em Inovação Científica e Tecnológica do Ministério da Ciência e Tecnologia da China. A Universidade Soochow, entidade principal neste protocolo de cooperação, trabalhará, assim, em contacto direto com a Universidade de Évora e com a Universidade da Cidade de Macau, um elo de ligação entre os países parceiros nesta iniciativa.

As atividades de investigação das três instituições, que cooperarão em rede, procuram não só assegurar a competitividade do projeto e da investigação desenvolvido, mas sobretudo contribuir com resultados e conhecimento científico que promovam o desenvolvimento desta área.

António Candeias, Vice-Reitor para a Investigação e Desenvolvimento da UÉ, é o coordenador do projeto em Portugal, e salienta que este funcionará também com a participação da Cátedra CityUMacau em Património Sustentável, da Universidade de Évora, e com o apoio do Laboratório HERCULES, “uma unidade europeia de investigação de alto nível que integra vários laboratórios com equipamentos de última geração e com capacidade para desenvolver conhecimento na área das ciências do património e investigação inovadora no domínio das bio e nano tecnologias, o que o tornam numa infraestrutura única e num dos melhores equipamentos da Europa”

Segundo as palavras do Vice-Reitor, o novo laboratório colaborativo visa ainda “desenvolver atividades de investigação conjunta transdisciplinar capazes de integrar recursos humanos altamente qualificados e com um forte envolvimento e impacto social, desenvolver investigação que crie estratégias de conservação eficientes e sustentáveis que atendam às reais necessidades do setor e implementar estratégias de valorização e comunicação do património cultural através da produção de conhecimento”

Entre as atividades previstas para este novo laboratório conjunto estão também a expedição, por parte do HERCULES, de um laboratório móvel que realizará campanhas na China continental e o desenvolvimento de um “programa de formação técnica avançada e de elevada qualidade”, através da criação de mestrados e doutoramentos conjuntos.

O Vice-Reitor manifestou ainda a esperança de que “ao participar nas atividades de investigação conjunta do novo laboratório colaborativo, possamos avançar para além do estado da arte e garantir a relevância e competitividade duradouras desta nova infraestrutura de investigação desenvolvida pelo Laboratório.”

Publicado em 03.12.2020