2024

Investigação e Análise de Dados em Psicologia

Nome: Investigação e Análise de Dados em Psicologia
Cód.: PSI11128M
6 ECTS
Duração: 15 semanas/156 horas
Área Científica: Psicologia

Língua(s) de lecionação: Português
Língua(s) de apoio tutorial: Português

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Objetivos de Aprendizagem

 


Gerais


 


– Demonstra competências para identificar teorias, métodos de investigação e técnicas de geração e análise de dados adequadas ao estudo de um problema de investigação, atendendo às questões de validade (interna e externa).


 


– Demonstra competências para formular problemas, métodos, técnicas e resultados de investigação qualitativa e quantitativa com precisão conceptual.


 


– Demonstra competências de articulação entre a teoria, os métodos e os resultados da investigação empírica com a teoria da amostragem e a teoria dos dados e da estimação estatística, atendendo à natureza e ao estatuto das variáveis.


 


– Adquire uma atitude reflexiva, crítica e eticamente fundada, face à utilização de métodos de investigação e de técnicas de análise de dados em psicologia.


 


Específicos


 


– Demonstra competências de utilização de bases de dados documentais.


 


– Demonstra competências de execução de técnicas de geração e de síntese de dados qualitativos (análise de conteúdo) e quantitativos (análise estatística).


 


– Demonstra competências de redação de relatórios de investigação empírica.


 

Conteúdos Programáticos

 


1. Formulação de problemas de investigação: questões/hipóteses, objetivos e universos/populações alvo.


 


1.1. Teorias científicas e modelos que as representam: diferenças entre noção, conceito, construto e domínio de investigação.


 


1.2. Revisão da literatura para delimitação do domínio de investigação e consequentes opções metodológicas: planos de investigação qualitativa vs. quantitativa e planos de investigação mistos.


 


1.3. Teoria da amostragem e tipos de amostras.


 


2. Validade interna e externa dos planos de investigação qualitativa baseados na análise de conteúdo: estudo de caso através de histórias de vida e estudos documentais.


 


2.1. Questões de investigação, geração da informação e constituição do corpus.


 


2.1.1. Procedimentos fechados, abertos e mistos.


 


2.2. Codificação do corpus e validade: unidades de registo, categorias (temáticas e sintáticas) e suas propriedades.


 


2.3. Codificadores e fiabilidade.


 


2.3.1. Métodos de controlo inferencial baseados no consenso e na consistência.


 


2.3.2. Técnicas estatísticas de estimação do consenso, consistência e mensuração.


 


2.4. Análise das unidades de registo para identificação de padrões (saturação por repetição) e de singularidades (saturação teórica) geradores de categorias.


 


3. Procedimentos de geração e análise de dados e validade das conclusões estatísticas.


 


3.1. Teoria dos dados e teste de hipóteses: testes não paramétricos e paramétricos (verificação de pressupostos, erro de tipo I, magnitude do efeito, erro de tipo II e potência estatística).


 


3.2. Teoria dos dados e validade de construto.


 


3.2.1. Validade estrutural: validade fatorial (análise fatorial exploratória), validade convergente e fiabilidade (consistência interna e estabilidade temporal), e validade discriminante.


 


3.2.3. Validade nomológica: validade preditiva, validade concorrente e validade divergente.


 


3.3. Validade cruzada vs. generalização de validade.


 


4. Validade interna e externa dos planos de investigação correlacional (transversal e longitudinal), experimental clínico e experimental.


 


5. Comunicação de problemas, métodos, técnicas e resultados de investigação.


 


6. Interdependência dos aspetos éticos e técnicos na geração e análise de dados e na comunicação de resultados de investigação em psicologia.


 

Métodos de Ensino

Aulas Teóricas


Com este tipo de aulas visa-se a aquisição de conhecimentos para a conceção e redação de relatórios de investigação empírica qualitativa e quantitativa, bem como de uma atitude reflexiva, crítica e eticamente fundada, face à utilização de métodos de investigação e de técnicas de análise de dados na investigação em psicologia. O conteúdo programático do ponto 6. é especialmente destacado nos pontos 2. e 4. para a escrita de termos de consentimento informado (APA Publications and Communications Board, n.d.).


Ilustração da articulação entre problemas e métodos de investigação qualitativa baseada na análise de conteúdo (Afonso & Diniz, 2010; Amado, 2009; Baptista, 2006; Pais, 2004) e de investigação quantitativa (com discussão de procedimentos de controlo de ameaças à validade interna e externa dos estudos) baseada nos planos de investigação experimental (Parreira, 2014a,b,c; Santos, 2014a,b,c), experimental clínico (Pimentel, 2012) e correlacional (Diniz & Almeida, 2005; Diniz & Pinto, 2005; Diniz, Pocinho, & Almeida, 2011), bem como mistos (Amado, 2009).


Ilustração, através do IBM SPSS Statistics for Windows (version 21) (adiante, SPSS) e do G*Power 3 (Faul, Erdfelder, Buchner, & Lang, 2009; Faul, Erdfelder, Lang, & Buchner, 2007), de técnicas de edição, exploração, transformação e síntese estatística descritiva e inferencial de dados. Também serão ilustradas, através do SPSS, técnicas de amostragem probabilísticas (Alferes, 2009) e técnicas estatísticas apropriadas para examinar o consenso e a consistência da codificação na análise de conteúdo (Stemler, 2001, 2004).


Elaboração, em sala de aula, de questões, e respetivas respostas, para as provas escritas de avaliação de conhecimentos e criação de um documento com a listagem das questões e os critérios de correção das respostas que será fornecido aos estudantes.


Aulas Práticas


Com este tipo de aulas visa-se a articulação entre a teoria e a prática, implicando o desempenho supervisionado de tarefas relativas à pesquisa em bases de dados documentais (e.g., EBSCO e Repositórios Digitais Institucionais), à análise de relatos de investigação empírica, à aplicação de métodos de investigação e de técnicas de geração e análise de dados qualitativos e quantitativos, e à redação, em conformidade com as normas da American Psychological Association (2010), de dois relatórios de investigação empírica. Cada relatório envolve o trabalho de um grupo com, no máximo, três elementos.


Os relatórios assentam, um, qualitativo, na análise temática e sintática do texto proverbial português – categorias relacionáveis com a metateoria do desenvolvimento, otimização seletiva com compensação (Baltes, 1997; Freund & Baltes, 1998, 2002) – e o outro, quantitativo, na análise das respostas (voluntárias e anónimas) dos estudantes a um questionário sociodemográfico, à Escala de Integração Social no Ensino Superior (revista e aumentada) (EISES-R; Diniz, 2009a; Diniz & Almeida, 2005; Diniz & Pinto, 2006; Pinto, 2005) e à Escala de Determinantes da Escolha de Curso (Versão para Investigação) (EDEC-Inv; Diniz, 2008, 2009b). Para apoio à redação dos relatórios, serão apresentados e discutidos dois tutoriais. Estes tutoriais, que serão fornecidos aos estudantes, também incluem informação relativa às grelhas de classificação dos relatórios.


Apoio tutorial ao desenvolvimento dos trabalhos realizados pelos estudantes, com recurso ao Microsoft Office Excel 2007, ao SPSS e ao G*Power 3 (Faul et al., 2007, 2009). Também será apresentado e fornecido aos estudantes um documento relativo ao objetivo e planeamento das aulas relativas ao trabalho de investigação qualitativa.


 


Trabalho autónomo dos estudantes.

Avaliação

Regime de Avaliação Mista


Resultante da conjugação de duas componentes: dois relatórios de investigação escritos (50%), realizados por cada grupo de estudantes durante o período letivo, e uma prova individual escrita de avaliação de conhecimentos (50%), realizada durante a época de exames. A cada relatório é atribuída uma ponderação de 25%, podendo ser solicitada a sua defesa oral para diferenciar as classificações finais atribuídas aos elementos do grupo.


Para aprovação na UC é obrigatória a presença dos estudantes em 75% das aulas práticas, bem como a obtenção de uma classificação mínima de 9.5 valores para cada relatório e para o exame. No caso da não aprovação de relatórios com classificações iguais ou superiores a 7.5, serão discutidas sugestões para a sua reformulação e o novo relatório será reavaliado. Estes novos relatórios serão classificados até 10.5 valores, por razões de equidade.


Regime de Avaliação Final


Implica um mínimo de comparência de 75% nas aulas práticas e resulta da conjugação de duas componentes: dois relatórios individuais escritos de investigação empírica (com uma ponderação de 25% para cada um) e uma prova individual escrita de avaliação de conhecimentos (50%). Poderá ser solicitada a defesa oral dos relatórios.


 


Para um estudante com classificação igual ou superior a 9.5 valores nos relatórios escritos de investigação empírica desenvolvidos pelo seu grupo de trabalho ao longo do período de aulas do semestre, a classificação final resultará da conjugação dessa classificação (50%) com a da prova individual escrita de avaliação de conhecimentos (50%).

Bibliografia

Anderson, N. H. (2001). Empirical direction in design and analysis. Mahwah, NJ: Erlbaum.


Ghiglione, R., & Matalon, B. (2001). O inquérito: Teoria e prática (4a ed., C. L. Pires, Trad., A. de Saint-Maurice, Rev. Téc.). Oeiras: Celta. (Obra original publicada em 1985)


Marôco, J. (2011). Análise estatística com o SPSS Statistics (5a ed.). Pero Pinheiro: ReportNumber.


Shadish, W. R., Cook, T. D., & Campbell, D. T. (2001). Experimental and quasi-experimental designs for generalized causal inference. Boston, MA: Houghton Mifflin.


Stemler, S. E. (2004). A comparison of consensus, consistency, and measurement approaches to estimating interrater reliability. Practical Assessment, Research & Evaluation, 9(4). Retrieved from http://PAREonline.net/getvn.asp?v=9&n=4


 


Yin, R. K. (2003). Case study research: Design and methods (3rd ed.). Thousand Oaks, CA: Sage.

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