UÉ integra projeto para desenvolvimento de soluções de prevenção de incêndios florestais

Através do VISTA Lab (Video, Image, Speech and Text Analysis Laboratory), a Universidade de Évora é parceira no projeto SenForFire - Cost-Effective Wireless Sensor Networks for Forest Fire Prevention and Early Detection (INTERREG/SUDOE), aprovado em janeiro deste ano, contando com um orçamento de 1,7 milhões de euros, e que tem como principal objetivo reforçar a Investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação.

Pretende-se com este projeto recorrer a redes de sensores sem fios (WSN) de baixo custo para monitorização e alerta precoce de incêndios florestais, o que irá favorecer a transição digital da gestão de riscos ambientais. “O projeto SenForFire tem como principal objetivo demonstrar a viabilidade das Wireless Sensor Networks (WSNs) para monitorização meteorológica e ambiental em sistemas de vigilância e alerta precoce de incêndios florestais. O projeto irá melhorar o desenvolvimento e inovar na aplicação de WSNs. Este projeto vai integrar tecnologias avançadas, como sensores miniaturizados (materiais avançados, sistemas microeletromecânicos MEMS e nanotecnologia), bem como módulos multi sensores baseados em sistemas de instrumentação embarcados usando microcontroladores e plataformas programáveis (Arduino e Raspberry Pi). Irá ainda usar tecnologias de comunicação sem fios de baixo consumo de energia de curto alcance (ZigBee) e de longo alcance (LoRa), tecnologias sem fio de banda estreita para a Internet das Coisas (NB-IoT), sistemas de computação na nuvem (cloud computing) e Inteligência Artificial (IA) para a predição e alerta precoce de incêndios florestais”, explica Pedro Salgueiro, investigador do VISTA Lab e docente do Departamento de Informática da Universidade de Évora.

O projeto irá financiar investigação e desenvolvimento de novas tecnologias para as redes de sensores sem fios (WSNs), e irá colocar essas tecnologias ao serviço do combate a incêndios no ambiente rural, natural e florestal, incluindo a interface urbano-rural. O papel da Universidade de Évora enquanto entidade parceira passa “pela especificação, pelo desenvolvimento e pela implementação do framework de recolha, armazenamento e processamento dos dados provenientes de todos os sensores desenvolvidos no âmbito do projeto, que permitirá a visualização em tempo real dos parâmetros associados à predição de risco de incêndio florestal e alerta precoce. A Universidade de Évora irá também participar na criação dos modelos de Inteligência Artificial que contribuirão para a previsão de incêndios, tendo em consideração todos os dados recolhidos no âmbito do projeto”, acrescenta Pedro Salgueiro.

Adicionalmente, o SenForFire prevê ainda formação e capacitação em redes de sensores sem fios (WSNs) à população jovem do SUDOE, que irá adquirir novas competências profissionais, melhorando assim a sua empregabilidade e acesso a emprego de qualidade e empreendedorismo, também nas zonas rurais.

“A participação da Universidade de Évora neste projeto é importante, na medida em que permite aos seus investigadores melhorar o know how em várias áreas de investigação e a aplicação dos seus conhecimentos no estudo de um caso real; na possibilidade de melhorar e colocar à prova as abordagens, estratégias e técnicas de armazenamento e processamento de grandes quantidades de dados e de Inteligência Artificial (nomeadamente técnicas de machine learning, incluindo deep-learning); outras tarefas relacionadas com a atividade desenvolvida no VISTA Lab. Por último, vai contribuir para novas ferramentas computacionais, mais eficazes que as atuais, para monitorizar, visualizar, alertar e prever o Fire Weather Index (FWI), associado ao risco de incêndio”, destaca Pedro Salgueiro.

A participação da UÉ neste projeto trará benefícios à região do Alentejo, tais como “divulgação da própria região e das competências digitais existentes na Universidade de Évora, nomeadamente nas áreas de investigação em Inteligência Artificial e BigData, divulgação essa que pode potenciar a instalação de empresas tecnológicas na região, e a criação de protocolos de parceria com a Universidade, para trabalhar nestas áreas ou outras”, defende Pedro Salgueiro.

Consulte informações relativas ao projeto, aqui.

Publicado em 06.02.2024