Inauguração da exposição PHENOMENA em Évora

Inaugurou-se no dia 12 de dezembro, na Igreja do Salvador do Mundo em Évora, a exposição de fotografia PHENOMENA, resultado do concurso de fotografia organizado pela Universidade de Évora (UÉ) com o objetivo de sensibilizar os cidadãos em geral e os amantes de fotografia para o fenómeno das alterações climáticas e ainda partilhar visões sobre as suas manifestações. Procura-se através desta exposição fotográfica captar o olhar do público, criando um ambiente de introspeção, de maneira a contribuir para a emergência de uma consciência coletiva sobre o estado do planeta e das suas mudanças.

A problemática das alterações climáticas é um tema que está na ordem do dia e experienciamos atualmente mudanças dramáticas que afetam não só os humanos como também os não humanos. É neste sentido que a arte e a cultura surgem como meios de intervenção que tocam as pessoas sendo que a exposição PHENOMENA não é exceção; a mensagem chega ao visitante não só através do olhar, mas também pela audição, já que no ambiente de fundo se pode ouvir “There are no more four seasons”, música da dupla George Kentros (violino) e Mattias Petersson (música eletrónica), dedicada ao facto de que devido às alterações climáticas também já não existem quatro estações no ano.

A exposição fotográfica conta com trinta imagens em exibição, escolhidas entre as duzentas que responderam ao concurso. Cada fotografia representa uma dimensão diferente do desafio atual das alterações climáticas, umas de uma forma mais direta, outras de um modo metafórico, mas com o elo comum de procurar chamar a atenção do visitante e levá-lo a questionar-se sobre o papel de cada um de nós perante esta problemática. Entre elas, encontram-se os dois trabalhos que venceram o concurso. O primeiro prémio foi atribuído a Francisco Brito e à sua fotografia “Ninho do Degebe - Casa na Árvore” que retrata o fenómeno das inundações. Miguel Pereira, por sua vez, ganhou o segundo prémio com a fotografia “A água que esconde”, numa imagem que evidencia a seca extrema, no caso concreto, na barragem do Pego do Altar, em Alcácer do Sal. Os prémios foram atribuídos por um júri composto por Maria do Mar Rêgo (Artista fotógrafa), Luís Aniceto (Fotógrafo e formador no Instituto Português de Fotografia), Vítor Cid (Fotógrafo e formador no Instituto Português de Fotografia), Maria Teresa Batista (Chefe de Unidade de Ambiente e Desenvolvimento da CIMAC e docente convidada da Universidade de Évora), Jorge Pulido Valente (Vice-Presidente da CCDRA e Coordenador do Fórum para as Alterações climáticas no Alentejo), Miguel B. Araújo (Investigador-Coordenador no âmbito das Alterações climáticas e titular da Cátedra da Biodiversidade Rui Nabeiro da Universidade de Évora) e Maria Ilhéu (Coordenadora do ecoVerney e Docente-Investigadora de Ecologia na Universidade de Évora). Para Maria Ilhéu, “as questões ambientais não estão dissociadas do nosso dia a dia”, sendo que estas iniciativas são “o primeiro passo do caminho para a transformação.”

O concurso e a exposição foram organizados pelo ecoVerney da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, em colaboração com a Câmara Municipal de Évora e a Direção Regional de Cultura do Alentejo, com o apoio da CIMAC, GESAMB, IPF, CCDRA e DELTA-Cafés. Para além de surgir como um veículo de sensibilização dos cidadãos para o fenómeno das alterações climáticas e das ameaças socio-ambientais associadas, também é uma forma de homenagear o Professor João Corte-Real da Universidade de Évora, primeiro climatólogo português e investigador de grande relevância nacional e internacional, falecido em 2018.

A exposição fotográfica PHENOMENA, que tem entrada livre e que está aberta ao público em geral, vai ficar patente na Igreja do Salvador, em Évora, até ao dia 14 de fevereiro de 2020, seguindo, depois, em itinerância pelo Alentejo e, posteriormente, por outras localidades portuguesas.

Publicado em 13.12.2019