2024

Concepções de Natureza, Ambiente e Paisagem

Nome: Concepções de Natureza, Ambiente e Paisagem
Cód.: FIL10042O
3 ECTS
Duração: 15 semanas/78 horas
Área Científica: Filosofia

Língua(s) de lecionação: Português
Língua(s) de apoio tutorial: Português

Apresentação

a UC introduz às diversidade de acepções de natureza, ambiente e paisagem, no senso comum, ciência, arte e filosofia, de modo a compreender as suas repercussões nas representações e práticas humanas.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Objetivos de Aprendizagem

1: O Curso em que se insere a presente Unidade Curricular aduna três noções - Sustentabilidade, Ambiente e Educação - cuja articulação não é directamente evidente. Dispostas estas noções nesta sequência, a sua intenção revela ser, antes de mais, a de apresentar a complexidade disciplinar inerente à noção de “Sustentabilidade”, que articula, ela mesma, uma 1) vertente económica, 2) uma vertente socio-cultural e 3) uma vertente ambiental e de recursos naturais.


Não podendo deixar de referir, tanto os aspectos económicos e tecnológicos, como os dados e informações que a Matemática, a Física, a Biologia, a Química, a Ecologia, a Antropologia, a Arquitectura Paisagista, entre outras disciplinas, facultam, o curso privilegia a segunda e a terceira vertentes, o que torna central a questão do ambiente e fá-la impender sobre o sentido educativo. De que modo se pretende essa articulação com os aspectos educativos? De um ponto de vista teórico, facultando conhecimentos gerais que possam ser utilizados no ensino? De um modo prático, definindo actividades especificas de aprendizagem? Para que níveis? Apenas para o ensino formal ou também para o ensino informal? Para que graus de ensino formal?


Assumindo a centralidade da noção de “ambiente”, que razões conduzem a que este curso seleccione e aprofunde as noções de “natureza” e de “paisagem”? Porquê estas e apenas estas? “Natureza” parece constituir o fundamento ontológico que assegura a relação do “ambiente” com os “recursos naturas”, por um lado, e que define, por aposição, as identidades socio-culturais, por outro. Quanto a “paisagem”, ela é tomada em sentido lato, envolvendo a percepção e a representação específica e concreta do ambiente, mas também o quadro axiológico (ético, estético) das actividades que aí se desenvolvem.


Um outro problema emerge da anteposição de “Sustentabilidade” às outras noções, “Ambiente” e “Educação”: a sua valorização obriga à consideração de diferentes escalas, tanto temporais como espaciais, da implicação da vertente “natural”(ambiente) e da “cultural” (educação) que ela articula. Essa implicação conduz necessariamente a) uma visão retrospectiva, tanto da histórica cultural como da natural; b) a uma consideração prospectiva; e c) a uma percepção da esfera “presentista” das vivências e das acções (da vivência quotidiana à esfera das decisões políticas, nas diferentes escalas de actuação, da local à global).


Concebido como um momento ao mesmo tempo prolegoménico e problematizante do Curso “Ambiente, Sustentabilidade e Educação”, a UC procura conduzir, por um lado, os estudantes a um discernimento simultaneamente crítico e amplo dos diferentes significados e acepções de natureza, de ambiente e de paisagem, seja no uso e entendimento comuns, seja nos conceitos científicos, artísticos e filosóficos, e facultar, por outro, os elementos históricos e sociais, filosóficos e científicos que permitam compreender, não apenas na tradição ocidental, as implicações entre aquelas noções e as suas repercussões nas representações e nas concretas práticas humanas.


2.2.1: Competências científicas:


Activação de conhecimentos e informações existentes;


Desenvolvimentos das capacidades hermenêuticas, críticas e dialógicas dos estudantes.


2.2.2 : Competências pedagógicas:


Desenvolvimento da interacção e da cooperação entre colegas de formação;


Aperfeiçoamento das práticas de exposição de opiniões, de argumentação e de debate.


Aperfeiçoamento das técnicas de comunicação de construção de textos em colaboração

Conteúdos Programáticos

Módulo 1: A problemática da "crise ecológica" e amplitude, ambivalência e complexidade das noções de natureza, de ambiente e de paisagem. A questão do natural e do cultural, do espontâneo e do artificial.


Módulo 2: A noção de natureza suposta na noção de ambiente e a separação da noção físico-mecanicista. As noções de physis e de natura e o entendimento moderno de natureza; os caminhos do mecanicismo e do vitalismo. As noções de evolução e de ecologia. A formulação de uma “ciência do meio”.


Módulo 3: A constituição da noção de ambiente. Ambiente, meio ambiente e recursos naturais. Os factores bióticos e abióticos, os aspectos ecológicos e etológicos. A transformação cultural da natureza. A questão da técnica. A dimensão psico-sociológica de ambiente. A relevância estética de “atmosfera”.


Módulo 4: Multifuncionalidade e interdisciplinaridade da noção de paisagem. As concepções originárias de paisagem, na China e na Europa. Artialização e a formalização da noção de paisagem.


Módulo 5: A diversidade antropológica das implicações de natureza, de ambiente e de paisagem. O "desaparecimento" contemporâneo da noção de "Natureza".

Métodos de Ensino

Redacção de textos reflexivos e de recensão de obras, construção de glossário, desenvolvimento de e-tivities, comentários e discussões em forum.


Cada formando deverá construir, ao longo da UC, o seu "Texto-em-linha", no qual irá anotando o seu percurso: leituras, questões, perplexidades, e no qual "colará" as reflexões que no final de cada Módulo deverá entregar ao formador. Apenas o docente terá acesso a este "texto-em linha", que poderá comentar. No final da leccionação, estes materiais poderão ser utilizados para a elaboração da "Reflexão Conclusiva".


A UC possui ainda um blog, acessível através da página do perfil do docente, no qual todos os formandos estão convidados a participar, inserindo comentários, referências complementares ou desenvolvendo discussões para além dos temas tratados na leccionação.

Avaliação

A avaliação da prestação de cada formando, seja nas tarefas individuais, seja nas de grupo, privilegiará os seguintes aspectos:


- Formais (cumprimento dos parâmetros quantificados: número de palavra, intervenções ou ligações, etc.);


- Conteúdos informativos;


- Qualidade reflexiva e de argumentação;


- Qualidade expressiva.


Cada um destes aspectos é diferenciado em “fraco” (quantificado como 0); “suficiente” (1); “bom” (2); “excelente” (3).


No final de cada semana, o docente fará um comentário e avaliará a prestação de cada aluno e, nas actvidades de grupo desenvolvidas nos Módulos 2 e 5, de cada equipa.


Avaliação das actividades do Módulo 1:


A avaliação das tarefas individuais terá em conta:


- O cumprimento do número e dimensão dos comentários e intervenções solicitados;


- A relevância da reflexão sobre os textos indicados;


- A capacidade analítica das posições e fundamentação dos comentários efectuados.


- A qualidade e regularidade das intervenções na discussão no fórum.


Avaliação das actividades do Módulo 2:


A avaliação das tarefas individuais terá em conta:


- O cumprimento do número e dimensão dos comentários e intervenções solicitados;


- A relevância da reflexão sobre os textos indicados;


- A capacidade analítica das posições e fundamentação dos comentários efectuados.


- A qualidade e regularidade das intervenções na discussão no fórum.


A avaliação das equipas terá em conta:


- O cumprimento do número e dimensão dos comentários solicitados;


- A dinâmica e colaboração entre todos os elementos da equipa;


- A participação regular no período de discussão;


- A participação no processo de negociação e construção do documento final;


- A relevância e qualidade do relatório apresentado.


A avaliação da tarefa da equipa reverterá sobre os respectivos membros.


Avaliação das actividades do Módulo 3:


A avaliação das tarefas individuais terá em conta:


- O cumprimento do número e dimensão dos comentários e intervenções solicitados;


- A capacidade analítica das posições, fundamentação dos comentários efectuados;


- A qualidade e regularidade das intervenções na discussão no fórum;


- A qualidade dos recursos e documentação, bem como da sua justificação, introduzidos.


Avaliação das actividades do Módulo 4:


A avaliação das tarefas individuais terá em conta:


- O cumprimento do número e dimensão dos comentários e intervenções solicitados;


- A capacidade analítica das posições e fundamentação dos comentários efectuados.


- A qualidade e regularidade das intervenções na discussão no fórum.


Avaliação das actividades do Módulo 5:


A avaliação das tarefas individuais terá em conta:


- O cumprimento do número e dimensão dos comentários e intervenções solicitados;


- A capacidade analítica das posições e fundamentação dos comentários efectuados.


- A qualidade e regularidade das intervenções na discussão no fórum.


A avaliação das equipas terá em conta:


- O cumprimento do número e dimensão dos comentários solicitados;


- A dinâmica e colaboração entre todos os elementos da equipa;


- A participação regular no período de discussão;


- A participação no processo de negociação e construção do documento final;


- A relevância e qualidade do relatório apresentado.


A avaliação da tarefa da equipa reverterá sobre os respectivos membros.

Bibliografia

Indicam-se obras de interesse geral para a UC. Referências específicas são definidas para cada módulo.


BERQUE, A., Écoumène. Introduction à l’étude des milieux humains.Paris: Belin, 2009.


CALLICOTT, J. B. - AMES, R., (eds.), Nature in Asian Traditions of Thought- Essays in Environmental Philosophy. New York: SUNY, 1989.


CALLICOT, J.B., In Defense of the Land Ethic: Essays in Environmental Philosophy. New York: SUNY, 1989.


COUPE, L. (ed.), The Green Studies Reader. From Romanticism to Ecocritiscism.London, New York: Routledge, 2010.


DESCOLA, P.,- PALSSON, G., Nature and Society: Anthropological Perspectives. London, New York: Routledge, 1996.


DE JONGE, E., Spinoza and Deep Ecology: Challenging Traditional Approaches to Environmentalism. Ashgate Publishing, 2004,


HADOT, P., Le voile d’Isis. Essai sur l’idée de Nature.Paris: Gallimard, 2004.


HAUGHT, J.F., Is Nature Enough? Meaning and Truth in the Age of Science.Cambridge: CUP, 2006.


JAMIESON, D. (ed.), A Companion to Environmental Philosophy. Oxford: Blackwell, 2003.


JONAS, H., The Imperative of Responsibility: In Search of an Ethics for the Technological Age. Chicago: University of Chicago Press, 1984.


PALMER, J., Fifty Key Thinkers on Environment. London, New York: Routledge, 2001.


ROGER, A., Court traité du paysage. Paris: NRF, 1997.


SELIN, E.(ed.), Nature Across Cultures. Vies of Nature and Environment in Non-Western Cultures. Dordrecht, London, New York: Kluwer,2003.


ZWART, H., Understanding Nature. Case Studies in Comparative Epistemology. Springer Science+Business Media, LLC, 2008.

Equipa Docente (2023/2024 )