Sociologia do Património Cultural
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Objetivos de Aprendizagem
1. Compreender e analisar os principais eixos teóricos estruturadores do campo da Sociologia do Património;
2. Aplicar os conceitos adquiridos/apreendidos à análise dos fenómenos sócio-económicos da sociedade contemporânea numa perspectiva patrimonial;
3. Relacionar a complexidade dos mundos da cultura e do Património com as principais tendências
da modernidade tardia e da pós- modernidade»;
4. Assegurar a aquisição, por parte dos alunos, da generalidade dos conhecimentos expostos em aula e presentes no programa da disciplina.
COMPETÊNCIAS
1. Competência de leitura e entendimento adequados às unidades temáticas expostas no programa e apresentadas/desenvolvidas pelo docente.
2. Integração dos quadros teóricos abordados na sua aplicação empírica;
3. Capacidade de pesquisa teórica complementar à pesquisa prática científica
área;
4. Capacidade e pertinência de articulação entre os diferentes conteúdos e os vários conceitos;
5. Capacidade de síntese da generalidade das matérias ministradas;
6. Capacidade de capitalização de bibliografia.
Conteúdos Programáticos
I — Questões metodológicas e conceptuais 1. Introdução; 1.1 Localização da pesquisa — Instrumentalidade e redução;1.2 Unidade e multiplicidade das vias de progressão; 2. O interesse da ciência e a transdisciplinaridade dos campos; 3. Transversalidade e processos de navegação;3.1 Ecletismo e perspectivas; 4. A abordagem comunicacional;4.1 Que "Comunicação"?; 4.2 Esboço de um modelo comunicacional;4.3 Relação e revelação: o contraste e a especificidade do objecto; 5. Uma noção multidimensional de «experiência»; 6. Uma noção de Campo Social — para uma observação operacional; II — Rastreio e problematização do património, experiência patrimonial e imaginário simbólico; 1. Introdução — objectivos deste capítulo; 2. Possibilidades de construção de uma cartografia das enunciações envolvendo o património e suas "formas de expressão";2.1.1 Génese etimológica e percursos da expressão património;2.1.2 A noção de propriedade; vizinhanças; 3. As definições de "património", começando pelas mais estabilizadas;3.1 A urgência de problematizar a questão patrimonial — modos de questionamento;3.2 A produção do juízo como primeiro elemento questionável; 4. Sobre o inventário, as modalidades e campos de inventariação;4.1 Casos concretos de experiências diferentes: os patrimónios da Igreja Espanhola e Portuguesa; 5. Experiência patrimonial — imaginário e objectos simbólicos;5.1 O Imaginário Simbólico;5.2 A Dinâmica Simbólica na estática geral — funções de estabilização; III — Modernidade e condições de emergência da Experiência Patrimonial 1. Introdução. 2. Onde estamos; as temporalidades da relação;2.1 A extensão dos presentes e o que daqui se vê; 3. Experiência e Modernidade — da experiência indivisa à sua fragmentação;3.1 Fixar o devir; as estratégias da estabilização;3.2 A racionalização da experiência: Max Weber e o desencantamento do mundo; 4. A estetização da Experiência;4.1 A dimensão afectiva;4.2 A insondável imagem emotiva;4.3 Do espaço envolvente e vivido; caracterizações da experiência específica; 5. Formas específicas de racionalização e estabilização — as funções técnica e jurídica;5.1 A Formação da Experiência Patrimonial como uma forma de Estabilização; 6. A fundamentação positiva do campo do Património pelo Direito;6.1 O que se passou em Portugal6.2 O Direito positivo aplicado ao património;6.2.1 Práticas de classificação; 7. Modos de agenciamento e emergência das instituições administradoras do património;7.1 A Museologização e a exorbitação arquivista — Museus, museologia e museologização social7.2 O Lugar do Arquivo;7.3 A institucionalização da experiência patrimonial; a rede positiva;7.4 Um caso paradigmático — o arquivo de filmes e os museus de cinema; 8. A Constituição de um imaginário positivo;8.1 A produção de um agente ideal — "a defesa do património" e a sua ideologia; 9. Património e ecologia; novos signos e totalidades; narrativas e manifestações totais/absolutas, arche e telos ao mesmo tempo. IV — As formas de mediação entre esferas de acção social 1. Introdução2. Noção da presença do medium e necessidade de observação da sua performance;2.1 A Razão Mediática; processos e formas de mediação geral;2.2 A Razão Mediática — o medium linguagem;2.2.1. Os media de difusão;2.3 Operacionalidades diferentes, processos diferentes, diferentes formas de mediação; 3. O modelo mediático da acção patrimonial;3.1 A lógica de operação do modelo patrimonial;3.2 Origem das tensões entre a lógica do modelo patrimonial e o contexto das outras lógicas; 4. Tensão entre esferas — a dominância da esfera económica e a eficiência da mediática; V — Formas de valoração e conversão de bens patrimoniais; 1. Introdução 2. A metáfora da cultura, suporte para a reificação dos produtos culturais em bens patrimoniais — observação do suporte analógico da cultura; 2.1 A tragédia da Cultura e a autonomia do produzido. A visão pessimista da Cultura; 3. O mercado do consumo cultural — uma forma de mediação dominante; 3.1 Mercadologias — A racionalização mediática do consumo;3.2 Modos de Distribuição e Acesso — Condicionamentos;3.3 A Morfologia espectacular da mediação pelo consumo — a evolução/deslize para o novo modelo da visibilidade; 4. Precisão da noção de «valor» e esboço de uma tipologia dos processos de emergência do «valor»; — uma noção de «valor» mais abrangente;4.1. A «colecção» como operador de valoração;4.2 O auxílio das estratégias reificantes; 5. O dinheiro como medium axiologizante;5.1 O dinheiro como mediação pelo consenso à priori acerca das pautas de transacção; 6. Para uma tipologia axial das formas de valoração;6.1 A emergência de formas de conversão de bens-de-valor. A operacionalidade da conversão entre campos; 7. A produção do «valor» na reconstrução racional do discurso patrimonial;7.1 A génese do valor a partir das relações do campo patrimonial, com o auxílio da reificação das representações;7.2 As formas de conversão patrimoniais e o rendimento simbólico;7.3 A Produção de aura e fascínio simbólico; 8. Constelação dos valores polarizados;8.1 A fragilidade do bem como fundamentação do valor e da protecção da memória: o eixo da preservação/não- preservação;8.2 O eixo do valor-de-antiguidade;8.3 O eixo do valor-de-culto — a mimese da reverência;8.4 O eixo do valor-de-presença; o estar-ali;8.4.1. A presença da imagem; o caso exemplar da fotografia, no trabalho de Bazin; VI - Novas Tecnologias e Modelo Alternativo 1. Introdução2. Tratar a matéria e o corpo do monumento— Conservação, restauro e reconstrução.3. A Emergência de novos dispositivos e alteração das formas de manifestação; 3.1 Observação de Casos Nacionais3.2 As novas tecnologias e o novo contexto tecnológico;4. O vector do desenvolvimento tecnológico e as incompatibilidades com a ratio moderna ; a luta entre arche e telos — os paradoxos emergentes;4.1 A monumentalidade esfumada; 5. Atenção ao novo modelo de sujeito;6. Culturas e esbatimentos;7. Preâmbulo de um tempo de crise;8. Hipótese de construção de um modelo alternativo.
Métodos de Ensino
Calendarização de tarefas de aprendizagem; apresentação dos auxiliares didácticos; exposição dos tópicos mais problemáticos; Debate e esclarecimento de dúvidas; acompanhamento da integração de matérias e preparação para as avaliações.
Avaliação
Avaliação Continua, incluindo Trabalhos individuais, constituição de dossier de Disciplina; Frequências (2 a 4) e avaliação directa (oral) por frequência e nível de participação em aula; Avaliação final integrada dos seguintes componentes: Assiduidade, intervenção e qualidade da presença em Aula - 30%; Apuramento da integração de matérias e conhecimentos através de frequências - 70%.
Bibliografia
ABREU, Regina; CHAGAS, Mário (orgs.). Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. RJ, DP&A, 2003.
BABELON, J.P., Chastel, A. 1994:
Babelon, J.P., Chastel, A. - La notion de patrimoine. Paris, Liana Levi, 1994.141 p.
BURKE, Peter. O que é História Cultural. 2 Ed., Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2008.
ESPERANÇA, E. Património, Políticas e práticas culturais, ed. VEJA, Lisboa 1997
Nora, P. 1997: Nora, P. dir. - Les lieux de mémoire 1. Paris, Gallimard, 1997.4751 p., 1.Nora, P. 1997:
Nora, P. dir. - Les lieux de mémoire 2. Paris, Gallimard, 1997.4751 p., 2.
Nora, P. 1997: Nora, P. dir. - Les lieux de mémoire 3. Paris, Gallimard, 1997.7451 p., 1.